
Os serviços de saúde continuam despertanto uma série de críticas de usuários em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais. Dessa vez, uma senhora relatou que, mesmo com exame em mãos, não conseguiu atendimento para um caso de urgência na Unidade Básica de Saúde (UBS) Central: ela encontra-se com uma infecção em um dente que corre risco de ir para o sangue, segundo relatos da própria paciente.
A situação foi repercutida em uma transmissão ao vivo realizada no perfil do Sou Notícia no Facebook. O vereador e repórter Anderson Martins do Sou Notícia (MDB) reproduziu um áudio enviado pela senhora.
No áudio, a paciente reclama que, mesmo com a unidade de saúde vazia e ainda tendo duas médicas no local, o atendimento teria sido negado. “A UBS Santa Tereza vazia, com duas médicas, não quiseram me atender, não quiseram olhar meu exame; não quiseram fazer um canal no dente. O meu dente está com risco de infecção e eles. A UBS vazia, eu com exame em mãos e não quiseram me atender. Fizeram descaso de mim. Estou com o dente todo inflamado, já tomei 60 amoxicilina e não posso tomar mais. Está com risco de ir para o sangue a infecção no dente e eu dependo da médica para avaliar o exame, para eu fazer o canal. Não quiseram olhar. A saúde está uma vergonha em Itabirito”, relatou.
O vereador Anderson Martins afirmou ter encaminhado o áudio para o prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira (Cidadania) e para a secretária municipal de Saúde, Cleusa Claudino. A secretária, segundo o vereador, visualizou a mensagem, mas não respondeu.
Anderson ainda recorreu a uma revista da Prefeitura de Itabirito para mostrar o investimento que teria sido feito na área da Saúde no município: R$ 100 milhões. Apesar disso, conforme dito pelo vereador, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Celso Matos da Silva não conta com um bom planejamento, haja visto os vários casos de superlotação na unidade de saúde. “A lei exigia que a prefeitura investisse R$ 55 milhões em saúde e ela investiu R$ 100 milhões. Aí, eu vou na UPA e quando chego lá, encontro uma multidão de pessoas buscando atendimento. Quando a UPA fica cheia, tem que ter planejamento! Tem que ter um coordenador para conversar com os médicos das UBSs. Afinal de contas, os superintendentes que estão lá, ganham muito bem para isso”, afirmou.
O vereador sugeriu que os médicos que atendem nas UBSs sejam realocados em casos de superlotação na UPA. “Nós aumentamos os salários dos secretários para mais de R$ 15 mil, dentro do orçamento da saúde. Agora, quando a UPA está superlotada, tem que ter planejamento. Poderiam deslocar os médicos das UBSs para poder desafogar a situação da UPA”, refletiu.
Com o atendimento precário nas UBSs e a UPA em constante superlotamento, a saúde em Itabirito manifesta-se caótica e requer mais atenção. “É um fato que a UPA fica cheia. Lá é lugar de pronto atendimento. Aí vem uns engraçadinhos e falam que a UPA não é lugar para ficar atendendo pessoas que estão com febre, com dor, que tem que ir na UBS. Aí eles vão nas UBSs, como essa senhora que acabou de mandar esse áudio e quando chegam lá, acontece isso (situação relatada pela moradora sobre a falta de atendimento)”, comentou o vereador.
Anderson ainda pontuou que a administração pública requer profissionais que tenham competência. “O problema da saúde em Itabirito está na UPA, mas também está nas UBSs. Se vai na UBS não tem atendimento, se vai na UPA não tem atendimento. O que nós vamos fazer? Administração pública não é para amadores. Tem que ter amor e competência”, disse o vereador.
Confira a íntegra da live feita pelo vereador e repórter Anderson Martins do Sou Notícia:
Acredito que o vereador não tenha ciência do que está falando. A saúde da cidade é referência na região.
A senhora citada procurou a unidade 13 hrs da tarde… pra quem está mal ela está muito bem! Inclusive sua situação não é de urgência, e o serviço de canal não é tratado em unidade de saúde. Mas mesmo assim ela foi atendida por uma profissional capacitada, que olhou o seu exame. Para dar continuidade no caso dela ainda foi agendada uma consulta para amanhã.