Numa manhã que parecia tecida pelas próprias mãos da natureza, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) partiu em busca dos segredos da Estação Ecológica Estadual de Arêdes, um recanto encantado na zona rural de Itabirito, no coração de Minas Gerais. Ali, nas asas da manhã, desenharam-se histórias de folhas e rios, e nas entrelinhas, a sombra de possíveis mudanças traçadas pelo Projeto de Lei (PL) 387/23, que deseja abrir uma janela para a Minar Mineração naquele paraíso natural.
Nessa jornada, os olhos se voltaram para a análise das cores ambientais, das danças e sussurros ecológicos, e das paisagens que a Estação de Arêdes tão graciosamente nos oferece. Os deputados buscaram o coração da terra, onde residem os segredos de nossas raízes e a voz da natureza.
Entre os presentes, nomes que carregam consigo a responsabilidade de decidir o destino desse capítulo da natureza. O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, deputado Tito Torres (PSD), e os deputados Ricardo Campos (PT) e Bella Gonçalves (PSOL), que acendeu a tocha da visita, estavam presentes. Mas também ali estavam Henri Dubois Collet, guardião da Estação Ecológica Estadual de Arêdes; Alenice Motta Baêta, arqueóloga, historiadora e pesquisadora do Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva (Cedefes); representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF); sócios e funcionários da Minar Mineração; membros da União Ambientalista de Itabirito; líderes de movimentos e entidades, e representantes da Prefeitura de Itabirito.
Num cenário que parecia tirado de um sonho, o Grupo de Teatro São Gonçalo do Bação subiu ao palco da natureza, expondo a essência vital da Estação de Arêdes. Logo após, os participantes se debruçaram sobre a exposição “Uma Ruína Por Dentro – Arêdes, Proteção e Valorização Patrimonial”, onde a história, com tintas do passado, desvendou os segredos das intervenções que tentaram resguardar as antigas paredes de pedra e cantaria, como relíquias de um tempo perdido.
A arqueóloga Alenice Motta Baêta, pesquisadora do Cedefes, iluminou a importância da intervenção ao cobrir uma das ruínas conhecidas como “Casa de Pedra” ou “Senzala”. Ali, os degraus do tempo, com sua erosão, ameaçavam o legado dessas construções que nos falam do Brasil de séculos atrás.
O PL 387/23 desenha uma nova linha nos mapas da Estação de Arêdes, uma história que já foi revirada em seus próprios códigos. A proposta, de autoria do deputado João Magalhães (MDB), busca alterar os limites da estação, um conto que tem sido narrado ao longo dos anos com desafios e voltas no enredo.
O PL, que já recebeu aval da Comissão de Constituição e Justiça, lança uma luz para a importância de estudos prévios e discussões aprofundadas. Com argumentos que falam em nome do desenvolvimento sustentável e na eliminação de impactos econômicos, a proposta agora aguarda seu destino nas Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e de Administração Pública, antes de seguir para votação no Plenário. O destino da Estação de Arêdes está nas mãos daqueles que cuidam de seu legado, um mosaico de interesses públicos, preservação ambiental e reflexão política.
Nos versos da natureza, a história da Estação de Arêdes continua a ser escrita, com tintas do passado e pincéis do presente. Que a sabedoria guie cada decisão, para que este tesouro natural permaneça intocado e inspire as futuras gerações, como uma canção eterna que ecoa na alma de Minas Gerais.