A Polícia Penal de Minas Gerais está liderando o combate aos drones criminosos no Brasil ao se tornar a primeira força de segurança pública do país a empregar uma tecnologia de ponta chamada RF Patrol. Essa inovação permite a identificação automática e à distância de drones utilizados por criminosos para burlar a segurança de unidades prisionais, frequentemente para arremessar itens ilícitos.
O RF Patrol emite sinais que alertam sobre a aproximação de drones não autorizados a um local específico, neutralizando o sinal dessas aeronaves e fornecendo informações precisas sobre sua origem.
O RF Patrol faz parte do Kit de Imediata Resposta, também conhecido como Kit Anti-Drone, que inclui outro dispositivo chamado Drone Gun, projetado para derrubar drones de forma precisa, utilizando técnicas militares.
Essa tecnologia completa já é utilizada por forças de segurança em países como Estados Unidos e Ucrânia, e agora está em uso em Minas Gerais. Os resultados já são evidentes: recentemente, na Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, um drone criminoso que sobrevoava a unidade foi abatido, e os policiais penais apreenderam um celular, um chip e um cabo USB.
Essa tecnologia disruptiva visa evitar que detentos tenham acesso a itens ilícitos, como drogas, celulares e objetos cortantes, reduzindo atividades criminosas no interior das unidades prisionais. Além disso, ao facilitar a localização da origem do voo, ela contribui para a prisão de criminosos envolvidos nessa prática.
O Kit Anti-Drone, que custou cerca de R$ 1,4 milhão, foi adquirido por meio de uma parceria entre o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), o Ministério Público do Trabalho e o Conselho da Comunidade do município de Ipatinga, no Vale do Aço. A aquisição foi baseada em um estudo técnico da equipe da Coordenação de Operações com Aeronaves Remotamente Pilotadas (Coarp) do Depen-MG, e os policiais penais passaram por treinamento para utilizar a tecnologia de forma adequada.
Gleidson Tavares, diretor de Segurança Externa do Depen-MG, enfatizou que essa aquisição reflete o compromisso da Polícia Penal em combater o crime por meio da adoção de novas tecnologias para garantir um ambiente mais seguro.
Túlio Mota Alvarenga, procurador do Trabalho e representante do Ministério Público do Trabalho no Vale do Aço, destacou a importância da parceria e como os recursos destinados visam aprimorar a segurança no sistema prisional e tornar o trabalho dos policiais penais mais eficaz.
Em 2022, foram registradas 246 ocorrências de apreensões de materiais ilícitos provenientes de lançamentos de drones, e somente no primeiro semestre de 2023, 76 ocorrências, com três drones criminosos confiscados.
Além do Kit Anti-Drone, a Polícia Penal de Minas Gerais já utiliza o Sistema Integrado de Patrulhamento Aéreo (Sispaer), uma referência nacional em policiamento aéreo com drones. A incorporação dessa nova tecnologia tem o objetivo de aprimorar as ações de combate à criminalidade, proteger unidades prisionais e garantir a segurança da sociedade circundante, oferecendo uma resposta rápida e eficaz às ameaças externas.
Fotos: Tiago Ciccarini.
