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Atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão realizam ato em BH e exigem reparação por Mariana

O lançamento da campanha “Revida Mariana” reuniu representantes de diversas entidades civis em uma reunião realizada nesta terça-feira, 26 de setembro, no Espaço José Aparecido de Oliveira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A campanha tem como principal objetivo reivindicar a reparação integral das pessoas atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão, ocorrido na cidade de Mariana em 2015.

O evento contou com a participação de representantes de entidades civis, que fizeram duras críticas às mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton, responsáveis pelo desastre ambiental em Mariana. Além disso, os presentes se manifestaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo Governo do Estado, que busca eliminar a exigência de referendo popular para a privatização nas áreas de energia e abastecimento de água, bem como reduzir o quórum necessário para a aprovação de leis desse tipo.

Thiago Alves, integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), criticou a falta de escuta às pessoas afetadas durante as negociações para a repactuação do acordo de Mariana. Ele ressaltou a importância da participação das comunidades atingidas nas decisões que afetam suas vidas.

A agricultora, pescadora e coordenadora da Comissão de Atingidos de Governador Valadares, Joelma Fernandes Teixeira, enfatizou que, após oito anos do rompimento da barragem, pouco foi feito para reparar as comunidades afetadas. Ela denunciou que o dinheiro destinado à reparação muitas vezes sai do país, enquanto as comunidades continuam sofrendo com as consequências do desastre.

Cristiane Donizete Ribeiro Martins, representante da Comissão de Atingidos de Barra Longa, denunciou a Fundação Renova, acusando-a de não prestar a devida assistência aos atingidos e fazer propaganda enganosa nos meios de comunicação. Ela destacou a necessidade de reconhecimento e reparação para todos os afetados, independentemente de sua situação.

Franciene Almeida Vasconcelos, coordenadora institucional da Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas), apresentou dados que revelam as dificuldades enfrentadas pelas pessoas nas regiões do Rio Doce, Brumadinho e Barra Longa após o rompimento da barragem. Ela ressaltou que a campanha “Revida Mariana” é mais necessária do que nunca diante da realidade enfrentada pelas comunidades.

Meire Mniamá Purí, atingida pelo rompimento da Barragem de Fundão e representante do Movimento de Ressurgência Purí na Bacia do Rio Doce, destacou que os povos indígenas foram diretamente afetados pelo desastre e que a Fundação Renova não reconhece seus direitos. Ela convidou o governador a dialogar com os atingidos para discutir seus direitos e a reparação necessária.

Posicionamento Fundação Renova

“A reparação está em um momento de entregas consistentes. Em Bento Rodrigues e Paracatu, cerca de 50 imóveis estão ocupados pelos novos moradores. A escola de Bento Rodrigues está em funcionamento desde agosto. Dos cerca de 240 imóveis previstos em Bento, cerca de 160 estão com obras finalizadas. Em Paracatu, dos cerca de 90 imóveis previstos, quase 70 estão com obras finalizadas. Até julho de 2023, mais de 429,8 mil pessoas receberam R$ 14,98 bilhões em indenizações e Auxílios Financeiros Emergenciais. O monitoramento hídrico da bacia do rio Doce demonstra que a qualidade da água retornou aos parâmetros similares aos anteriores ao rompimento da barragem de Fundão. Ações integradas de restauração florestal, recuperação de nascentes e saneamento estão acontecendo ao longo da bacia do rio Doce e visam à melhoria da qualidade da água. No total, até julho de 2023 foram destinados R$ 31,61 bilhões às ações de reparação e compensação do rompimento.”

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