GeralMariana

Governador de MG acusa governo federal de ‘má vontade’ em negociações sobre repactuação de Mariana

Em um encontro com empresários em Belo Horizonte, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, fez declarações acaloradas criticando o governo federal em relação às negociações sobre a repactuação do acordo estabelecido após o rompimento da barragem em Mariana, ocorrido em 5 de novembro de 2015.

Zema acusou o governo de “má vontade” com o estado, alegando que, para Minas Gerais, “tudo é mais difícil ou impossível”, conforme divulgou a Folha de S. Paulo. O prazo para a conclusão das negociações expira em 5 de novembro, envolvendo os governos federal, mineiro, capixaba e a Fundação Renova, criada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton, controladoras da Samarco, proprietária da barragem rompida.

O principal ponto de discordância entre os governos federal e de Minas Gerais é o destino dos recursos da repactuação. Enquanto Zema busca utilizar os fundos para obras em todo o estado, o governo federal, respaldado pelo MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), defende a aplicação exclusiva na área afetada pela tragédia, nos municípios da bacia do Rio Doce.

No atual modelo, as mineradoras repassariam os recursos, e o poder público seria responsável pela execução de obras e projetos sociais. Zema deseja aplicar o dinheiro em segurança e saúde em todo o estado, argumentando que a suspensão das atividades da Samarco afetou toda a região.

Apesar das divergências, ambos os governos concordam que o modelo atual, com a Fundação Renova coordenando as ações, falhou em fornecer reparação adequada. O governo federal argumenta que as medidas compensatórias foram contestadas na Justiça e não se concretizaram, enquanto Zema expressa “indignação” com a lentidão do processo de reparação oito anos após o desastre.

O impasse será discutido em novas reuniões nos próximos dias, buscando não apenas resolver as divergências, mas também estabelecer o valor a ser pago pelas mineradoras.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
×