Mortes de detentos por overdose de ‘drogas zumbi’ em presídios de MG preocupam autoridades
Minas Gerais enfrenta um desafio crescente no combate às chamadas drogas K, mais conhecidas como “drogas zumbi”, cujo consumo pode ter resultado em pelo menos 13 mortes de detentos em presídios do estado.
Luiz Gelada, presidente do Sindppen-MG (Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais), explicou que as propriedades sintéticas dessas substâncias tornam sua detecção um desafio nos procedimentos de revista nas penitenciárias. A forma líquida do entorpecente muitas vezes é aplicada em papel para evitar a detecção por medidas de segurança convencionais.
Os cães farejadores não conseguem detectar as drogas zumbi, pois elas não possuem odor e são incolor. Embora algumas apreensões tenham sido realizadas, em comparação com o volume que entra nos presídios, é praticamente ineficaz.
Os efeitos graves causados pela droga, que incluem distúrbios mentais severos como psicose, paranoia, delírios e alucinações, têm gerado preocupação crescente entre as autoridades. A substância é frequentemente transportada para dentro dos presídios em papel e é ocultada no corpo de visitantes dos detentos.
Jefferson Marcelo, vice-presidente do Sindppen-MG, destacou os desafios adicionais enfrentados pelas instalações prisionais, como a superlotação, que dificulta o controle e a revista dos visitantes. Ele também ressaltou a falta de scanners corporais e equipamentos de segurança como facilitadores do tráfico de drogas dentro das unidades prisionais.
Em resposta às preocupações levantadas, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) afirmou que as revistas são realizadas regularmente em visitantes e nas celas para evitar a entrada e a permanência de materiais ilícitos nas unidades prisionais. Até o momento, foram confirmadas as mortes de seis detentos, enquanto as causas dos óbitos relacionados à substância “K” ainda estão sob investigação.