O repórter e vereador Pastor Anderson do Sou Notícia (PL), atual presidente da Câmara de Itabirito, esteve no distrito de São Gonçalo do Bação para mostrar a situação vivenciada pelo morador Mauro Guilherme de Carvalho Barbosa, que reside na localidade há mais de 26 anos.
De acordo com o vereador Pastor Anderson, existem duas realidades dos moradores no local; uma, antes da construção da estrutura de contenção a jusante (ECJ), da mineradora Vale, em São Gonçalo do Bação, divisa com Engenheiro Corrêa, distrito de Ouro Preto; e a outra depois da finalização do muro, uma construção desenvolvida para reter os rejeitos das barragens Forquilhas I, II, III, IV e Grupo, localizadas a montante da Mina Fábrica, em um cenário hipotético de ruptura simultânea.
Algumas pessoas foram indenizadas, porque corriam sérios riscos com um eventual rompimento de barragem. Não foi o caso de Mauro, que alega descaso da mineradora Vale, por ter deixado sua familia desamparada.
“É uma situação de sofrimento, onde eu tenho como responsabilidade não só o meu trabalho para subsistência para produção de recursos, assim como a estabilidade de duas pessoas pelas quais eu sou responsável, sendo que uma delas tem esquizofrenia paranoide e não tem noção do que faz, não podendo assinar documentos por si mesma. Eu fico em uma difícil situação, pois os dois são doentes e tomam uma carga de medicamentos acrescentada em função de barulhos decorrentes do processo da construção do muro“, afirmou o morador, que reside na Fazenda Fundão.
Isso porque, durante o período de construção do muro, vários veículos de grande porte circulavam pela região, além de outros maquinários, explosões de dinamites, dentre outros ruídos que incomodavam as duas pessoas deficientes pelas quais Mauro é responsável. Importante ressaltar que Mauro reside a cerca de 500 metros do muro da Vale e a cerca de 150 metros de uma das sirene instaladas na localidade.
Quando as sirenes são acionadas, segundo o vereador Pastor Anderson, o barulho deixa os moradores de São Gonçalo do Bação apavorados, com receio de um rompimento de barragem. “É uma situação assustadora”, ressaltou Mauro, que lembrou sobre os testes das sirenes de emergência. Como cuida de duas pessoas com necessidades especiais, ficava impraticável para Mauro simular a evacuação da área. “Eu quero saber de vocês, diretores da Vale: onde está o sentimento de vocês? Vamos procurar os direitos legais, constitucionais, para sanar os danos psicológicos causados a esse homem”, criticou o vereador Pastor Anderson.
Imagine o barulho incessante de várias pás carregadoras com seus apitos, várias carretas (mais de 900 – o que resulta em mais de 1 por MINUTO ) passando em frente as casas, a poluição visual, sonora, ambiental e atmosférica fazendo parte dos segundos de nossas vidas.
Não queremos isso pra nós, queremos isso, queremos nosso sossego, nossa natureza intacta e preservada, nossas águas, nossa vida sem danos mentais e físicos.
Terminal de minério no Bação, não!