As investigações sobre a morte do 3º sargento Agnaldo Cardoso de Souza, conhecido como sargento Cardoso, de 53 anos, resultaram no indiciamento de quatro suspeitos. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu o inquérito e o encaminhou à Justiça. Um dos suspeitos foi indiciado por homicídio, enquanto os outros três foram indiciados por falso testemunho.
O trágico incidente ocorreu na noite do dia 21 de outubro do último ano, na BR-356 (Rodovia dos Inconfidentes). Segundo a PCMG, a vítima estava conduzindo seu veículo quando, ao realizar uma conversão irregular no trevo local, colidiu na parte traseira do carro dirigido por Higor Nonaka, de 30 anos, sendo projetada para o canteiro. No veículo de Nonaka, havia outros três passageiros.
A Brigada Municipal socorreu a vítima, que, no entanto, já chegou ao hospital sem vida. O laudo de necropsia indicou que a morte foi causada por politraumatismo contuso, resultante direto do acidente.
Apurações
De acordo com um laudo pericial, o carro de Higor Nonaka estava a uma velocidade mínima de 196,77 km/h, enquanto o veículo da vítima estava a 18,21 km/h. Além disso, a colisão ocorreu quando o carro conduzido por Nonaka estava na contramão. Há indícios de que Nonaka apresentava sintomas de embriaguez no momento do acidente.
Ao perceber que a vítima era um policial militar da reserva, Higor Nonaka deixou o local sem prestar socorro. Uma testemunha relatou que os passageiros do veículo removeram objetos do carro causador do acidente, que aparentavam ser garrafas de bebida alcoólica.
Relembre o caso
O advogado Michel Nonaka se apresentou como condutor de uma BMW envolvida em um grave acidente com um Hyundai HB20 na BR-356. No entanto, o verdadeiro motorista era seu irmão, o dentista Higor Nonaka, que fugiu do local sem prestar socorro.
O acidente resultou na morte do sargento Cardoso. Na época, o cabo Meireles, da PMMG, afirmou que a BMW estava em alta velocidade e colidiu com a traseira do Hyundai HB20.
Testemunhas relataram que Higor Nonaka retirou bebidas do carro antes de fugir. Michel Nonaka, tentando proteger o irmão, inicialmente se identificou como o motorista, dificultando o trabalho da Polícia Militar Rodoviária (PMRv).
Quando a verdade veio à tona, Michel Nonaka recebeu voz de prisão por inovação artificiosa, crime de menor potencial ofensivo, comprometendo-se a comparecer ao Juizado Especial Criminal.
Cabo Meireles classificou a fuga de Higor como “covarde” e a atitude de Michel como “pilantragem”.
Conclusão
O delegado Marcelo Teotônio de Castro concluiu que o crime foi cometido com dolo eventual, quando o autor, embora não deseje diretamente o resultado, aceita que sua conduta ilícita pode causá-lo. Neste caso, os fatores que justificam essa tipificação são a alta velocidade no momento da colisão, o fato de o veículo estar na contramão e os indícios de embriaguez de Higor Nonaka.
Os três passageiros do veículo foram indiciados por falso testemunho, por omitirem a informação de que o carro estava em alta velocidade.