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Barragem da Vale tem nível de emergência reduzido após quatro anos em alerta máximo

A barragem Sul Superior, da Vale, localizada na mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, região Central de Minas Gerais, teve seu nível de segurança reduzido na última segunda-feira (26), conforme informações da Agência Nacional de Mineração (ANM). A estrutura, que estava em Nível de Emergência 3 desde 2019, agora foi rebaixada para Nível 2, sinalizando uma melhora na sua estabilidade.

Desde o colapso iminente identificado em fevereiro de 2019, que resultou na evacuação de centenas de pessoas, a barragem passou por extensas obras de descaracterização. Até o momento, 900 mil metros cúbicos de rejeitos foram removidos, representando cerca de 13% do total. Além disso, a Vale implementou melhorias significativas na drenagem superficial do reservatório e reduziu o aporte de água para a estrutura, contribuindo para o aumento da segurança.

A decisão de reduzir o nível de emergência foi baseada em investigações geotécnicas avançadas, a ampliação dos instrumentos de monitoramento, e estudos mais aprofundados sobre a estabilidade da barragem. Luiz Paniago, superintendente de Segurança de Barragens da ANM, destacou que a mudança para Nível 2 indica que a barragem não se encontra mais em estado de pré-ruptura, embora as medidas de segurança para a população e o meio ambiente continuem prioritárias.

Eliezer Sena, responsável pela Coordenação de Gerenciamento de Riscos Geotécnicos de Barragens de Mineração da ANM, reforçou que, mesmo com a redução do nível de emergência, a barragem continuará a ser monitorada de perto, com vistorias frequentes, garantindo que a descaracterização prossiga de forma segura.

A Vale, por sua vez, construiu uma Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ) abaixo da barragem, projetada para conter possíveis vazamentos de lama, protegendo Barão de Cocais e outras áreas adjacentes. No entanto, apesar do progresso nas obras e da redução do nível de emergência, a Zona de Autossalvamento (ZAS) permanecerá evacuada, e as famílias removidas ainda não poderão retornar às suas casas até que a barragem seja completamente descaracterizada.

A previsão da ANM é que as obras de descaracterização sejam finalizadas em dezembro de 2029, com a remoção total dos rejeitos e a consequente recuperação ambiental da área. A Vale confirmou a redução do nível de emergência em nota, ressaltando os avanços nos estudos e monitoramentos que possibilitaram a mudança, mas não mencionou o prazo para a conclusão das obras ou o retorno dos moradores às suas residências.

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