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População ribeirinha protesta contra suspensão de balsa no interior de MG

Indignados com a interrupção do serviço da Balsa Frei Orlando, moradores de Morada Nova de Minas, na Região Central de Minas Gerais, realizam uma manifestação no Porto São Vicente. O transporte, que fazia a ligação com a cidade de Abaeté, foi suspenso pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), gerando revolta entre os moradores.

O problema afeta diretamente a população ribeirinha do povoado de Frei Orlando, distrito da cidade de Morada Nova de Minas.

A pescadora Marta Vicentina explicou que o serviço foi interrompido após a balsa do Porto Novo apresentar problemas mecânicos. Para suprir a demanda, a balsa do Porto Extremo foi deslocada para o Porto Novo, deixando o Porto São Vicente sem transporte fluvial “por tempo indeterminado”.

Segundo os manifestantes, a decisão favorece uma empresa local com maior poder econômico, que já conta com uma solução alternativa: um barco com capacidade para 40 passageiros. Enquanto isso, moradores dependentes do transporte público, muitos em situação de vulnerabilidade, ficaram sem alternativas para realizar a travessia.

“E a gente, pobre, fica como? No prejuízo?”, questionou a pescadora Flávia Aparecida de Souza. Ela criticou a falta de planejamento e denunciou que a remoção da balsa prejudica comunidades inteiras, como Veredas, Vila Jataí, Val das Flores e Fernando, além de famílias da zona rural de Morada Nova.

A manifestação, que começou na madrugada, reuniu cerca de 48 moradores e impediu que a balsa fosse retirada do Porto São Vicente pela Codevasf. Apesar disso, o transporte permanece paralisado. “Estamos abandonados pelo poder público. Queremos uma solução para o problema dos moradores da ilha”, afirmou Francisco, um dos líderes do protesto.

Os moradores lembraram que o serviço da balsa havia ficado suspenso por quase um ano e que o retorno, há pouco mais de dois meses, trouxe alívio para a população. Agora, a nova interrupção sem prazo para normalização gera revolta e insegurança.

Em nota, a Codevasf negou que tenha ocorrido uma paralisação definitiva do serviço no Porto São Vicente. Segundo a empresa, o deslocamento da balsa para o Porto Novo é uma medida emergencial para atender a maior demanda de veículos de passeio e de carga. A previsão é que os reparos na balsa do Porto Novo sejam concluídos até o dia 21 de dezembro.

Enquanto isso, os moradores prometem manter a manifestação até que uma solução definitiva seja apresentada. “Não arredaremos o pé. Vamos lutar pelo nosso direito de ir e vir”, concluiu Flávia.

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