Atendendo a um requerimento do vereador Pastor Anderson do Sou Notícia (PL), o Padre Miguel Ângelo Fiorillo participou da reunião da Câmara Municipal de Itabirito, realizada nesta segunda-feira (07/04), e apresentou um resgate histórico sobre a fundação da cidade, que completou 316 anos no último dia 3 de abril. A presença do pároco, que também celebrou os 280 anos da Instituição Canônica da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem, foi marcada pela memória histórica e por um gesto de reconhecimento.
Durante sua fala, o vereador Pastor Anderson destacou o valor simbólico do momento, indo além das divergências pessoais. “Nós temos algumas indiferenças, isso é fato público. Mas Itabirito está muito além das nossas indiferenças”, declarou, dirigindo-se diretamente ao padre. “A história que o senhor carrega no coração, e que hoje foi exposta aqui nesse telão, está acima de qualquer tipo de problema.”
O vereador enfatizou que, apesar das diferenças, acolheu a ideia do padre Miguel de instituir uma data solene em reconhecimento ao surgimento de Itabirito. “O senhor já tentou, há muitos anos, institucionalizar essa memória, mas encontrou portas fechadas. Veio o Geraldo Magno, que comprou sua ideia por meio de um decreto. Por meio desta lei aprovada aqui, essa história virou um marco oficial do nosso calendário”, afirmou, destacando ainda o Projeto de Lei nº 87/2025, de sua autoria, que estabelece uma sessão solene anual dedicada à fundação do município.
Pastor Anderson compartilhou ainda sua experiência pessoal e religiosa, recordando uma viagem a Israel, onde conheceu locais históricos ligados ao cristianismo. “A Igreja Católica tem história. E o senhor é uma história viva. Traz hoje a oportunidade de conhecermos, com profundidade, o nascimento de Itabirito. Isso emociona, principalmente a quem, como eu, não nasceu aqui, mas constrói sua vida nesta terra.”
A fala do vereador também foi marcada por um tom de gratidão. “O minério um dia vai acabar, como o ouro acabou. Mas o que vai permanecer é o legado. São pessoas que escolheram Itabirito para viver, como o senhor, que dedica sua vida ao cuidado espiritual e à preservação da memória dessa cidade. Muito obrigado por atender ao meu requerimento. Sou um vereador polêmico, é verdade, mas também humano. E faço parte dessa história.”
O padre Miguel, por sua vez, apresentou imagens e documentos que traçam a origem de Itabirito desde os primeiros povoados do século XVIII, passando pela exploração aurífera, a influência da Igreja Católica na formação da freguesia e o desenvolvimento industrial que levou à emancipação da cidade em 1923. Ao final, colocou-se à disposição para retornar à Câmara em outras ocasiões.
