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TFB pode ser a salvação da BR-356: terminal ferroviário promete tirar carretas das rodovias e aliviar o trânsito

Uma promessa antiga começa, enfim, a ganhar forma e pode mudar o futuro da mobilidade no coração de Minas Gerais. A construção do Terminal Ferroviário de Bação (TFB), no distrito de São Gonçalo do Bação, a 16 km de Itabirito, surge como uma solução concreta para um dos maiores gargalos da região: o trânsito pesado de carretas carregadas de minério de ferro nas BRs-040 e 356. As informações são do programa Central 98.

Com a revitalização do terminal ferroviário — que faz parte do traçado da histórica Ferrovia do Aço e existe há mais de 40 anos — o transporte de minério será transferido das rodovias para os trilhos. A mudança promete retirar milhares de caminhões das estradas, reduzindo os congestionamentos, os acidentes e os impactos ambientais causados pela circulação intensa de veículos pesados.

Após oito anos de estudos técnicos e ambientais, o projeto finalmente obteve o licenciamento necessário para dar início às obras. A iniciativa é resultado de um acordo firmado em 2023 entre a empresa responsável, a TFB, o Ministério Público e o Governo do Estado. O projeto passou por reformulações para atender às exigências da comunidade local e dos órgãos reguladores.

“O projeto que recebeu a licença ambiental não é o mesmo do início. Ele foi aprimorado ao longo dos anos, ouvindo as comunidades, considerando políticas públicas atualizadas e respeitando o patrimônio histórico e ambiental da região”, afirma Germano Vieira, consultor de meio ambiente e sustentabilidade da TFB.

A preservação do patrimônio cultural de São Gonçalo do Bação, distrito que remonta ao século XVIII e atrai turistas para suas cachoeiras e igrejas centenárias, foi um dos compromissos assumidos pela empresa. Todos os bens de interesse comunitário foram incluídos no processo de licenciamento, com medidas específicas para garantir sua integridade e até fomentar o turismo local.

Ainda assim, o projeto enfrenta resistência. A Associação Comunitária de São Gonçalo do Bação e movimentos sociais demonstram preocupação com os impactos da operação do terminal, especialmente pelo fato de ele estar localizado a menos de 700 metros da área residencial. “Não somos contra o desenvolvimento, mas o local escolhido é inadequado para um empreendimento de classe 4”, pondera Cláudio Aguiar, representante de um dos grupos de moradores.

Germano Vieira, no entanto, garante que o terminal foi planejado para operar com responsabilidade ambiental. Estão previstos sistemas de controle rigorosos, como umidificação constante das áreas de carga, cortinas verdes para conter poeira e exigências técnicas para os veículos que acessarem o terminal.

As obras do TFB estão previstas para começar ainda neste semestre e devem durar cerca de um ano. Se tudo correr conforme o planejado, a BR-356 — conhecida por seus engarrafamentos e acidentes frequentes — poderá, em breve, respirar aliviada.

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