O Vaticano divulgou, na madrugada desta terça-feira (22), as primeiras imagens do corpo do Papa Francisco sendo velado em seu caixão na Capela da Domus Sanctae Marthae, residência do Pontífice dentro da Cidade do Vaticano. A cerimônia íntima, conduzida pelo Cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana, marcou o início oficial das exéquias papais — o conjunto de ritos fúnebres que seguem o falecimento de um papa.
Em clima de silêncio e reverência, o corpo de Jorge Mario Bergoglio foi apresentado vestido com os paramentos litúrgicos vermelhos, cor tradicional usada nas cerimônias de falecimento de um Papa, sobre um caixão simples de cipreste, conforme ele mesmo havia expressado em suas instruções testamentárias. A cerimônia de deposição do corpo seguiu os protocolos tradicionais da Santa Sé, com orações, bênçãos e a entrega simbólica do anel do pescador ao camerlengo.
O velório público terá início nesta quarta-feira (23), a partir das 9h da manhã no horário de Roma (4h da manhã no horário de Brasília), e seguirá até o sábado (26), quando será celebrada a Missa das Exéquias, às 10h (5h no Brasil), na Praça de São Pedro.
A celebração será presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, em cumprimento ao que determina a constituição apostólica Universi Dominici Gregis, que regula o período de Sé Vacante. Com a missa, inicia-se o Novendiali, os nove dias oficiais de luto da Igreja Católica, que serão marcados por orações e missas em memória do Papa Francisco em diversas dioceses ao redor do mundo.
Após a celebração, o corpo do Papa Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, lugar de especial devoção mariana do pontífice argentino. Segundo fontes próximas ao Vaticano, o desejo de repousar sob os mosaicos daquela basílica remonta ao início de seu pontificado, quando visitou o local no dia seguinte à sua eleição, em março de 2013.
O conclave para escolha do novo papa deverá ser convocado nas semanas seguintes ao encerramento do Novendiali, e trará de volta ao centro do debate eclesiástico o rumo da Igreja Católica no século XXI.
