Geral

Antony e Gabriel se recusam a atender bebês reborn no camarim; polêmica do debate sobre bonecos hiper-realistas no Brasil

A dupla sertaneja Antony e Gabriel ganhou os holofotes após divulgar uma nota de esclarecimento nas redes sociais que gerou grande repercussão. No comunicado, os artistas afirmam que não irão mais atender no camarim pessoas que levem bebês reborn, os bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos humanos.

“Em resumo, iremos priorizar atendimento somente a crianças com alma”, diz a nota assinada pela equipe dos cantores.

O texto relata um episódio em que uma senhora teria solicitado entrada no camarim alegando que seu filho era fã da dupla. Segundo os artistas, ao entrar, perceberam que se tratava de um bebê reborn, o que causou “constrangimento em todos os presentes”.

Inúmeros internautas apoiaram a decisão, argumentando que a prática beira o absurdo.

A polêmica ocorre em meio a uma crescente onda de visibilidade dos bebês reborn, que se tornaram objeto de culto, colecionismo e até disputa judicial no país. Nas últimas semanas, vídeos de adultos levando os bonecos para igrejas, shoppings e até tentando batizá-los viralizaram, levantando questionamentos sociais, psicológicos e jurídicos. Cenas de parto também foram registradas e chocaram internautas.

Há casos de casais separados disputando na Justiça a guarda dos bonecos, que geram lucro por meio de perfis em redes sociais com publicidade e grande engajamento. Uma dessas disputas envolve um brinquedo com mais de 300 mil seguidores em uma conta no Instagram.

Diante da repercussão nacional, quatro projetos de lei foram apresentados na Câmara dos Deputados entre os dias 15 e 16 de maio, tratando diretamente do uso e da regulamentação dos bonecos reborn.

  • Zacharias Calil (União-GO) propõe multa de até 20 salários mínimos para quem tentar obter benefícios ou prioridade — como fila preferencial — com um bebê reborn.
  • Rosângela Moro (União-SP) apresentou projeto que prevê acolhimento psicossocial para pessoas com vínculos afetivos intensos com os bonecos.
  • Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) quer proibir o atendimento a bebês reborn em unidades de saúde, com punições que podem chegar a R$ 50 mil.
  • Zé Trovão (PL-SC) propôs vedar o uso dos bonecos em serviços públicos voltados a seres humanos, como educação, saúde e transporte. Reincidências podem gerar multas de até R$ 1.000.

Embora os vínculos com objetos animados não sejam novos, como no caso de animais de pelúcia ou robôs, o realismo dos reborn e sua inserção em contextos de direitos humanos e políticas públicas exige atenção ética e jurídica.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo