Presidente do Movimento ITA LGBT deixa um rastro de dívidas em Itabirito
Empresários e membros da ONG Uai relatam histórico de dívidas de Leandro Dias Oliveira.
Entre os dias 07 e 10 de dezembro de 2017 foi realizado, em Itabirito, o 1º Encontro Nacional de Jovens e Lideranças Sociais sobre Direitos, Saúde e Participação Social da UNALGBT, promovido pelo Movimento ITA LGBT, através de um repasse doado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no valor de R$ 99.556 (noventa e nove mil, quinhentos e cinquenta e seis reais), pagos em três parcelas. Durante o evento, a cidade recebeu militantes LGBT de várias partes do Brasil. Os visitantes ficaram hospedados em um hotel de Itabirito e até hoje não houve pagamento do valor acordado nos contratos firmados. Empresários do ramo hoteleiro, de transporte e de bebidas estão no prejuízo.
O Sou Notícia entrou em contato com Ancelmo, proprietário da empresa Lolo Transportes. Segundo Ancelmo, foi feito um contrato com o Movimento ITA LGBT para buscar os militantes no aeroporto e trazer até Itabirito. O valor combinado para a prestação do serviço foi de R$ 6.400 (seis mil e quatrocentos reais), valor a ser pago em duas parcelas, sendo a primeira em 15 de dezembro de 2017 e a segunda em 15 de janeiro de 2018. O empresário não recebeu a quantia e entrou com um processo de pequenas causas contra Leandro Dias de Oliveira, presidente do Movimento ITA LGBT. Leandro, entretanto, não compareceu à primeira audiência, realizada no último mês. Ancelmo já notificou a Unesco, por meio de seus advogados, sobre a situação.
Em contato com os proprietários do hotel aonde os congressistas ficaram hospedados durante o 1º Encontro Nacional de Jovens e Lideranças Sociais sobre Direitos, Saúde e Participação Social da UNALGBT, o Sou Notícia recebeu a informação de que o organizador do evento e líder do Movimento ITA LBGT, Leandro Dias Oliveira, firmou um contrato que teve como objeto a prestação de serviço de hospedagem com café da manhã para os participantes do evento que foram selecionados por meio de edital, mas que Leandro não efetuou o pagamento, que deveria ser feito por transferência bancaria, até o dia 15 de dezembro de 2017 ou após o recebimento da segunda parcela pela UNESCO, conforme plano de Trabalho e previsão de pagamentos aprovado pelo Ministério da Saúde (MS), Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle de IST, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais (DIAHV) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e Unesco.
O Sou Notícia teve acesso a um extrato bancário do Movimento ITA LGBT, cedido por um ex-tesoureiro do movimento. Como pode ser visto no comprovante abaixo, houve o repasse da Unesco para o Movimento ITA LBGT. Entretanto, o pagamento ao hotel não foi realizado conforme combinado por contrato, que também segue anexo abaixo:
Outro empresário que trabalha no ramo de bebidas, que preferiu não se identificar, disse ao Sou Notícia que também está com um prejuízo no valor de R$595,00 (quinhentos e noventa e cinco reais), fruto de uma dívida gerada por Leandro, que comprou bebidas alcoólicas, além de água e refrigerante, e não efetuou o pagamento.
Dívidas são recorrentes
Além das pendências já citadas, Leandro Dias Oliveira está envolvido em outro caso de dívida com a ONG Uai (União Ambientalista de Itabirito). O Sou Notícia teve acesso a uma certidão emitida em cartório e foi atrás de algumas pessoas citadas no documento.
De acordo com Luiz Henrique de Oliveira Reis, ex-conselheiro da ONG, na época em que aconteceu o caso, a ONG possuia uma conta na Caixa Econômica Federal, sendo que Leandro era o presidente da organização, e Vitto Melillo era tesoureiro. Leandro e Vitto assinavam as contas da ONG. “O Leandro, sem autorização, sem passar pelo conselho, emitiu alguns cheques com a assinatura dele, no nome da ONG e esses cheques voltaram. E aí, a ONG teve que assumir o prejuízo que ficou. Então pedimos a microfilmagem dos cheques, e o que a gente pode, pagamos os prejuízos que ficaram todos para atrás. Hoje, ele já não faz parte mais da ONG. A ação que ele fez foi sem autorização de nenhuma das pessoas da ONG, nem do conselho, nem do tesoureiro da ONG, ele fez pela livre espontânea vontade. E o final da ação causou um prejuízo considerável para o ONG. Tanto que a gente fechou a sede, a gente devolveu alguns computadores, mesa, essas coisas assim. Ficamos devendo o aluguel da sede. Mas aí, a gente fez um boletim de ocorrência, mas deixamos para lá. Não levamos a coisa para frente não”, relatou Luiz Henrique.
“Hoje, eu sou o presidente da ONG, o senhor Vitto ainda é membro da ONG. A gente tem outras pessoas que participam de expressividade, por exemplo, o senhor Célio dos Santos, Editon, Carlos, Rafa, que são pessoas de grande importância de dentro da ONG. E a gente hoje conseguiu reaver o respeito dentro da ONG na sociedade. A ação dele era um tanto quanto divergente de algumas ideias que aconteciam na época. E hoje, a gente já consegue ter um relacionamento melhor, a gente faz parte do Codema, Concurbi, Comitê do Rio das Velhas. Então, a gente tem uma participação muito boa na sociedade. Dia 15 de novembro é o dia do pico, e tradicionalmente a gente faz uma caminhada para averiguação da questão ambiental, de como estão as matas de preservação. Não só para as pessoas que eram da UAI, para os ambientalistas do município, para as pessoas que tem um pensamento de preservação ambiental, de buscar o desenvolvimento sustentável, de querer o bem do nosso município, vim participar com a gente. Me procurar, procurar um dos membros da UAI, participar de nossas reuniões e abraçar os nossos projetos. A gente tem umas bandeiras bem interessantes, só que a gente falta mão de obra. Falta gente mesmo para estar participando. E para os sócios antigos, que tem vontade de estar participando de novo, de voltar a desenvolver o seu pensamento ambiental, nós estamos de braços abertos e agora não tem nada de envolvimento político, partidário, dentro da ONG. A ONG é ambientalista e luta dentro do que a legislação prevê para nós”, concluiu o agora presidente da ONG.
Vitto Melillo, também envolvido no caso, conversou com o Sou Notícia para falar sobre o caso. “O motivo foi financeiro porque eu era presidente. Ele deu o tombo nesse dinheiro todo e eu paguei do meu bolso. Eu confiei nele e não foi digno da minha confiança. Então, tive que ressarci esse dinheiro para poder limpar o nome com os credores. Eu sabia a quem ele tinha dado os cheques. Fui atrás e ressarci tudo do meu bolso, porque a UAI não tinha dinheiro mais, ele limpou tudo. Tivemos a primeira conferência municipal de meio ambiente e apareceram várias teses, várias apresentações. Uma delas era fundar a união ambientalista para cuidar do meio ambiente, seria uma sociedade civil. Quando desconfiei, ele apresentava para mim os recibos. Mas ele não tinha pago nada. As pessoas chegaram cobrando e eu fiquei sabendo. Fui secretário de meio ambiente duas vezes. Fui vereador duas vezes também”, afirmou.
Confira abaixo a certidão sobre a dívida causada por Leandro Dias Oliveira: