Ordem judicial determina necrópsia do corpo da mulher que morreu após procedimento estético
A pedido do Ministério Público, corpo de Renata Avelino Bretas passa por avaliação de médica legista.

O corpo de Renata Avelino Bretas (36) passa por avaliação da médica legista Isabel, de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (23). A determinação é do Ministério Público de Minas Gerais, com base na hipótese da morte ter sido causada por crime de lesão corporal culposa por negligência, imprudência ou imperícia.
O enterro estava marcado para as 10h, no Cemitério Parque da Esperança, mas foi suspenso pela Polícia Civil, que chegou ao local e propôs à família de Renata que o corpo passasse por necrópsia para esclarecer se a morte foi causada por negligência no pós-operatório.O velório se estendeu até aproximadamente 11h, quando o corpo foi encaminhado para exame da médica legista.
O delegado da Polícia Civil, Marcus Vinícius Soares, disse ao Sou Notícia que os familiares de Renata estão suspeitando que ela faleceu em decorrência da cirurgia estética. “Há suspeita de ter sido um fato delituoso, pode ter havido um crime, então, para acabar com essas dúvidas, foi solicitada a necrópsia do corpo pra uma perita esclarecer se houve ou não o crime. Então, foi comunicado à família sobre a necessidade de uma perícia e exames mais apurados para que tudo seja esclarecido”, disse o delegado.
“Ainda não foi registrado Boletim de Ocorrência mas a intenção é essa. Nós não pedimos a vinda da médica legista mas o fato repercutiu demais, porque uma das primas da Renata entrou em todas as redes de televisão e o Ministério Público entrou no caso. Foi pedida uma autópsia para esclarecer os fatos”, ressaltou Adriana Vaz, cunhada da vítima.
Renata faleceu na manhã desta segunda-feira (22), às 11h, após sofrer cinco paradas cardíacas no Hospital São Vicente de Paula, em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais. Ela havia colocado próteses de silicone nos seios e passou também por uma lipoaspiração nas axilas na última quarta-feira (17), na clínica Forma, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte e foi liberada no mesmo dia. Já na sexta-feira (19) ela voltou ao médico reclamando de dores e novamente foi liberada no mesmo dia. Renata teve uma embolia pulmonar e faleceu no hospital de Itabirito.
O dono da Clínica Forma, Fernando Amaral, disse à Globo Minas que “Renata fez a cirurgia no local e recebeu alta preenchendo todos os requisitos para isso. Disse ainda que a unidade possui a certificação e oferece todas as condições para a cirurgia e afirmou no pré-operatório são feitos exames e consultas e a cirurgia só é feita se estiver tudo normal.”
Já o médico que realizou a cirurgia, Frederico Vasconcelos, afirmou à Globo Minas que “não houve nenhum problema durante o procedimento e o atendimento pós-operatório. No retorno na sexta-feira, ela teria se queixado de dores nos seios, mas não falou sobre dificuldades respiratórias e déficit sensitivo, que são indicadores de embolia. O médico afirmou ainda que a paciente era saudável, que não tinha histórico de embolia na família, o laudo de risco cirúrgico não apresentou nenhuma contraindicação e a alta foi “absolutamente” normal, que Renata estava bem. Disse ainda que a embolia pode não necessariamente estar relacionada à cirurgia. Afirmou que fez o melhor para a paciente.”