Representantes de Itabirito participam de reunião para tratar plano de emergência da barragem Forquilha II

Representantes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, e os vereador Max Fortes (PSB), e Toninho da Associação (MDB), representando a Câmara Municipal de Itabirito, estão reunidos em Congonhas, na manhã desta terça-feira (19), para tratar sobre o plano de emergência caso a barragem Forquilha II, localizada em Ouro Preto, venha a se romper.

Participam da reunião, além dos itabiritenses, representantes de Congonhas e Ouro Preto. O encontro é para que a empresa Vale possa discutir medidas emergenciais para um eventual rompimento da Forquilha II.

Vale ressaltar que a barragem Forquilha II  já está paralisada por determinação da Justiça.

Para se ter uma ideia, a barragem Forquilha III, em Ouro Preto, possui o mesmo nível de risco calculado para a barragem que se rompeu em Brumadinho. De acordo com o processo, há possibilidade de liquefação de 18,2 mil metros cúbicos armazenados pela barragem.

Embora o volume da barragem Forquilha III seja menor que o de Brumadinho, o perigo está na probabilidade do rompimento atingir as barragens de Forquilha I e II, que estão no mesmo complexo. Somadas, as barragens Forquilha I e II possuem 50 milhões de metros cúbicos e, caso haja rompimento na barragem Forquilha III, a estimativa é de 500 mortes e uma destruição que pode chegar a 210 quilômetros, comprometendo a cidade de Ouro Preto, bem como Itabirito, Belo Horizonte, Jaboticatubas, Lagoa Santa, Matozinhos, Nova Lima, Pedro Leopoldo, Raposos, Rio Acima, Sabará, Taquaraçu de Minas, Santa Luzia, Jequitibá e Funilândia.

A barragem Forquilha II tem potencial de problemas duas vezes maior que a Barragem 1 de Córrego do Feijão, em Brumadinho. Já a barragem Forquilha I possui o mesmo potencial de risco da barragem rompida no fim de janeiro.

A capacidade de prejuízos do rompimento em Brumadinho é especulada em torno de R$ 5,6 bilhões. De acordo com estudos, os prejuízos com um possível rompimento da barragem Forquilha III podem atingir R$ 16 bilhões.

Imagens: rota da lama em Itabirito caso a barragem Forquilha II, em Ouro Preto, se rompa.

De acordo com uma reportagem da Rádio Itatiaia (610 am/95,7 fm), Itabirito é a única cidade que está na reta de barragens da Vale com severo risco de rompimento, conforme levantamento inicial da ação movida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que ainda não teve retirada emergencial de comunidades. Segundo a rádio, Itabirito está na rota do perigo, caso as barragens Forquilha I, II e III se rompam. A reportagem afirma que, apesar das barragens estarem localizadas em Ouro Preto, a principal cidade afetada pelo possível rompimento seria Itabirito.

A Rádio Itatiaia informa que o tempo para chegada da lama de rejeitos de minério das barragens Forquilha I, II e III em Itabirito seria de 1h36 (uma hora e trinta e seis minutos), sendo que o centro da cidade seria atingido.

Entretanto, segundo o plano de emergência elaborado pela Vale, o tempo para chegada da lama de rejeitos em Itabirito seria de 3 horas, tempo suficiente para que a população possa ser alertada sobre o rompimento.

A Prefeitura de Itabirito emitiu nota afirmando que a Defesa Civil municipal tem acompanhado e monitorado as barragens instaladas no município e em cidades vizinhas, a fim de garantir maior controle. A fiscalização, segundo a prefeitura, é prerrogativa dos órgãos licenciados (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, além da Agência Nacional de Mineração, na esfera federal).