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As 13 situações sobre Itabirito e barragens de rejeito que você precisa saber

“Quem é de Itabirito e ouve a Rádio Itatiaia, fica completamente apavorado”, disse o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Prefeitura de Itabirito, Antônio Marcos Generoso. Ele se refere ao tom das matérias veiculadas pela mais importante emissora de rádio de MG. Tom esse que coloca Itabirito em risco iminente de ser soterrada pelo rompimento de barragens de rejeito de minério. O resultado de informações desse tipo é disseminação do pânico e até de fake news (notícias mentirosas).

A intenção desta matéria é trazer informações oficiais sobre o assunto: “probabilidade de Itabirito ser atingida pelo rompimento de alguma barragem da Vale”. Para isso, serão apresentados 13 itens:

1 – Neste sábado (23), na parte da tarde, representantes de 17 associações comunitárias, a Defesa Civil Municipal e o presidente da Comissão Especial de Monitoramento de Barragens, vereador Max Fortes (PSB), estiveram reunidos na sede da Defesa, no terminal rodoviária de Itabirito, para que fossem apresentadas as ações e a informações oficiais a respeito do assunto. A intenção é que as associações repassem essas informações.

2- Segundo a Defesa Civil, por causa das ações que estão sendo feitas atualmente, é pequena a probabilidade de alguma barragem e romper e, por consequência, a lama atingir a cidade.

3 – Ainda de acordo com a Defesa Civil de Itabirito (tendo como base estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe), haveria maior risco de rompimento de barragens se caísse uma chuva torrencial atípica. Chuva essa que só cai de 100 em 100 anos. A situação de Brumadinho está sendo estudada, uma vez que não estava tendo chuva forte e constante.

4 – Os fechamentos constantes da BR-356 têm a ver com a barragem de Vargem Grande. Barragem essa que se romper atingiria parte da BR e regiões de Rio Acima (MG) e Nova Lima (MG). Este rompimento em específico, se acontecer, não atingirá Itabirito.

5- Itabirito só seria atingida se fossem rompidas as barragens ouro-pretanas de Forquilhas 1, 2 e 3, localizadas a montante (acima) de Itabirito. Caso essas barragens se rompam, a lama demoraria 2 horas para chegar ao município itabiritense por meio do Rio Itabirito. O lamaçal atingiria a cidade em proporções um pouco maiores que a da grande enchente de 1996 para 1997.

6- De acordo com a resolução de número 4 do Governo Federal, emitida em 15 de fevereiro de 2019, portanto, depois tragédia de Brumadinho, todas as barragens a montante (acima) de qualquer cidade passaram de nível 1 para nível 2. Isso quer dizer que essas barragens estão em estado de alerta. E, por isso, passam por monitoramentos diários. Monitoramentos esses feitos pela Vale e enviados diariamente para a Agência Nacional de Mineração. De acordo com a coordenadora da Defesa Civil de Itabirito, Rosanna Sousa, isso não quer dizer que essas barragens se romperão, trata-se de uma ação preventiva com base na nova lei.

7 – O fato de Brumadinho e Mariana terem enfrentado a tragédia dos rompimentos, não quer dizer que outras cidades enfrentarão o mesmo problema. Mesmo assim, medidas preventivas estão acontecendo em cumprimento da nova lei (resolução número 4).

8 – Em Itabirito, funcionará de segunda a domingo (até o dia 3), uma tenda com informações sobre o assunto na Praça 1º de Maio, bairro Praia.

9 – Placas fixas serão espalhadas pela cidade, em um prazo de 30 dias, com informações sobre para onde as pessoas devem seguir imediatamente caso aconteça algum rompimento. Cartazes também serão espalhados pelo município, bem como folders serão distribuídos. A intenção é informar as pessoas em caso de rompimento.

10- Se alguma barragem com o nome de “Forquilhas” se romper, a cidade, então, será avisada via sinos de igrejas, sirenes de viaturas, carros de som e por meio das rádios. E segundo o vereador Max Fortes, Itabirito faz pressão para que a Vale instale sirenes em pontos fixos. Contudo, a mineradora não teria essa obrigação, uma vez que o município fica a 25 quilômetros das barragens de nomes “Forquilhas”. A Vale só tem obrigação, segundo a lei, com as localidades a 10 quilômetros da barragem. Portanto, moradores de localidades ouro-pretanas nestas condições já saíram de suas casas. Em Itabirito, o Ministério Público foi acionado para obrigar a Vale a instalar essas sirenes fixas.

11 – Todas as ações da Defesa Civil de Itabirito estão sendo feitas em comum acordo com a Defesa Civil do Estado de Minas Gerais.

12 – Na terça-feira (19), foi feita uma reunião com a Vale e órgãos municipais de Itabirito, por meio da qual as dúvidas foram sanadas e a empresa explanou sobre assunto. Na oportunidade, a Defesa Civil de Itabirito apresentou seu plano de ação. Foi salientado que Itabirito é uma zona secundária nas ações de salvamento por estar a mais de 10 km das barragens.

13 – Por fim, num prazo de três anos, todas as barragens a montante serão fechadas, de acordo resolução do Governo Federal. Segundo Max Fortes, neste período, o rejeito será retirado até que a paisagem volte a ser parecida como a de antes da implantação das barragens.

As informações deste texto foram conseguidas pelo jornalista Romeu Arcanjo, recém-contratado pelo Sou Notícia, após entrevistar o secretário de Meio Ambiente da Prefeitura, Generoso; a coordenadora da Defesa Civil de Itabirito, Rosanna Sousa; o engenheiro da Defesa Civil de Itabirito, Marcus Reis; e o presidente da Comissão de Especial de Monitoramentos de Barragens da Câmara de Itabirito, Max Fortes.

O vereador salientou que a Câmara está atenta. “Não temos o poder nem condições de avaliar que uma barragem está segura ou não. Mas podemos exigir o cumprimento das leis. Eu estou tranquilo com relação a Itabirito pelo fato das ações preventivas estarem sendo realizadas”, disse o vereador.

Na sexta-feira (22), o Sou Notícia fez contato com a Vale para que fossem sanadas dúvidas a respeito da situação de Itabirito. Até agora, a reportagem, que fez cinco perguntas, não foi respondida. Quando vierem, as respostas serão publicadas imediatamente.

Reunião da Defesa Civil com associações comunitárias e comissão da Câmara que aconteceu neste sábado (23)

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