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É grave o estado de saúde de um dos feridos em Suzano (SP); oito pessoas são mortas no tiroteio

Sete feridos pelos dois atiradores que invadiram a Escola Estadual Raul Brasil na manhã desta quarta-feira (13), em Suzano, foram encaminhados para hospitais da região. De acordo com o governo estadual, dois destes feridos foram levados ao Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes. Um deles, em estado gravíssimo, foi socorrido, mas não resistiu. O outro ferido está em estado grave, mas estável e em avaliação médica. A identidade das vítimas não foi informada.

Para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), foram levados cinco feridos: dois deram entrada em estado grave, e um deles não resistiu. Os outros três estão estáveis.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo destacou dois psiquiatras e um psicólogo para prestar atendimento às famílias e aos demais envolvidos na ocorrência. Os psiquiatras e o psicólogoa atuarão em conjunto com a equipe do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Suzano.

Investigação sobre o crime

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campo, e o comandante da Polícia Militar, coronel Marcelo Salles, disseram hoje (13), em entrevista coletiva sobre o massacre na Escola Raul Brasil, em Suzano, que a motivação do crime ainda não é conhecida, mas está sendo investigada pela Polícia Civil. “Todos esses cabos soltos, cabe à polícia agora ir amarrando”, disse o secretário.

Os dois atiradores, confirmados como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, eram ex-alunos da escola Raul Brasil. Um deles, Guilherrne, estudou na escola até o ano passado e tinha problemas (que não foram citados). Um inquérito foi aberto, e já houve uma reconstituição no local.

Os atiradores entraram na escola com certa facilidade, já que o portão estava aberto. Eles chegaram em um carro branco e portavam um revólver 38, quatro jet luders (para recarregamento de arma), uma besta (uma espécie de arco e flecha) e uma machadinha, que foi encontrada com um dos atiradores. Antes de entrar na escola, eles atiraram no dono de uma locadora de carros, Jorge Antonio Moraes, que também veio a óbito.

Quando entraram na escola, eles atiraram primeiro na coordenadora Marilena Ferreira Vieira Umezo, depois em uma funcionária da escola, reconhecida como Eliana Regina de Oliveira Xavier, e então miraram os alunos. Cinco estudantes e as duas funcionárias da escola morreram. Os atiradores se mataram.

Os alunos que morreram foram Pablo Henrique Rodrigues, Cleiton Antônio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquíades Silva de Oliveira e João Vitor Ramos Lemos (morreu na ambulância do Samu, a caminho do hospital).

Segundo o governo paulista, os feridos são Leticia Melo Nunes (removida para o Hospital Santa Maria), Samuel Silva Felix (levado para o Hospital Santa Maria), Beatriz Gonçalves, Anderson Carrilho de Brito, (atendido no Hospital Santa Maria) Murilo Gomes Louro Benite (está no Hospital das Clínicas), Jennifer Silva Cavalcanti (Hospital Luzia de Pinho Mello, em Mogi das Cruzes), Leonardo Vinicius Santana, Adna Bezerra e Guilherme Ramos. O estado de saúde dos feridos não foi informado. As informações são da Agência Brasil.

Vítimas fatais

Caio Oliveira

Era fã de basquete e de rap. No Facebook, o adolescente curtia diversas publicações da página oficial da NBA, principal liga de basquete do mundo, e de astros do esporte, como o ex-jogador americano Shaquille O’Neal. Em um texto de despedida, uma amiga do jovem conta que Caio “jogava muito bem” e não escondia isso de ninguém. Várias de suas fotos retratavam cestas e bolas de basquete.

Caio Oliveira era fã de basquete e de rap e morreu no massacre da escola de Suzano (SP) Foto: Reprodução
Caio Oliveira era fã de basquete e de rap e morreu no massacre da escola de Suzano (SP) Foto: Reprodução.

Além do esporte, o adolescente também amava tudo relacionado ao rap. Nas fotos em destaque do perfil, ele publicou três capas de álbuns do gênero: o clássico “Sobrevivendo no Inferno”, dos Racionais MC’s, “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa…”, de Emicida, e “Castelos e Ruínas”, de BK. Já duas de suas fotos de capa eram sobre o seriado “Um maluco no pedaço”, que alçou o ator Will Smith ao estrelato nos anos 1990 e abordava, além de temas raciais, a cultura do hip hop.

 

 

Cleiton Antônio Ribeiro

Aluno do 3º ano do Ensino Médio, Cleiton, de 17 anos, foi descrito por amigos como um rapaz “muito tímido, quieto, simples e gentil”. Ele era reservado, “sempre na dele” e não tinha o hábito de usar redes sociais. Uma colega de classe disse que o jovem era “um amor de pessoa” e a pessoa “mais pura e inocente” que ela já conheceu.

Samuel Melquíades

Samuel, de 16 anos. Segundo o tio, era um menino bom, educado, não era de balada, nem de confusão. Marcos, tio dele, disse: “Quando eu era criança, a educação que a gente recebia era diferente. Hoje nossos filhos fazem o que querem e ninguém toma providência. Nunca vi algo assim”.

Douglas Murilo Celestino

Douglas, 16 anos, foi o último a ter o corpo identificado pela Secretaria de Segurança pública. Ele tinha no bolso o RG  de João Victor Ramos Lemos, que chegou a ser incluído na lista de mortos, mas que está entre os feridos.

Pablo Henrique Rodrigues
Marilena Umezu
Marilena Umezu era coordenadora pedagógica na escola estadual Raul Brasil em Suzano Foto: Arquivo pessoal
Marilena Umezu era coordenadora pedagógica na escola estadual Raul Brasil em Suzano Foto: Arquivo pessoal.
A coordenadora pedagógica, de 59 anos, era engajada nas redes sociais. A última postagem no Facebook foi feita na noite de segunda-feira, quando replicou mensagens sobre a reforma da Previdência e a Lava-Jato. Recentemente, falou sobre a tragédia de Brumadinho (MG), em que cobrou Justiça e sobre as denúncias envolvendo o senador Flávio Bolsonaro.
Eliana Regina Xavier

Era agente de organização escolar e tinha 38 anos.

Jorge Antônio Moraes

Jorge Antonio de Moraes, proprietário da Jorginho Veículos, foi baleado no escritório de sua concessionária. Ele seria parente de um dos atiradores. Jorge foi levado ao Hospital das Clínicas, onde foi submetido a uma cirurgia, mas morreu em decorrência dos ferimentos.

Atiradores

Guilherme Taucci Monteiro
Fotos publicadas por Guilherme Taucci Monteiro, antes de sair para o massacre Foto: Reprodução.

Tinha 17 anos e estudou na escola até o ano passado, quando tirado por “problemas”, segundo o secretário.

 

 

 

Luiz Henrique de Castro
Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, é um dos atiradores da escola de Suzano Foto: Reprodução
Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, é um dos atiradores da escola de Suzano Foto: Reprodução.
Luiz, de 25 anos, tinha um perfil no Facebook, que foi tirado do ar após a tragédia. De acordo com a Rádio CBN, não havia informações pessoais. Mas tinha na foto de capa um soldado com um fuzil na mão, imagens de combates e de jogos de videogame de tiros. Também fazia parte de grupos com nomes sugestivos como “Cidadão armado”, “Um amor: armas” e “Eu gosto de armas e não sou bandido”.

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