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João de Deus, mais uma vez denunciado por abusos sexuais

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) denunciou João de Deus mais uma vez por crimes sexuais. Segundo o órgão, neste caso, ele responde por estupro de vulnerável contra seis vítimas. Os crimes, apontam a investigação, teriam ocorrido em uma sala privada durante os atendimentos espirituais que realizava, em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal.

Está é a 9ª denúncia contra o médium. Ele se tornou réu nas outras oito após a Justiça acolher os pedidos do MP (veja abaixo). Ele sempre negou as acusações.

O advogado de João de Deus, Alberto Toron, disse que não vai se pronunciar sobre o caso porque ainda não teve acesso à denúncia.

O médium foi preso em 16 de dezembro do ano passado. João de Deus foi internado no Instituto de Neurologia de Goiânia em 22 de março a pedido da defesa e com autorização da Justiça.

De acordo com o MP, duas vítimas são do Paraná. As outras residem no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Os promotores informaram que uma das mulheres é cega e que todas as outras apresentavam algum tipo de vulnerabilidade que justifique a tipificação do crime.

O órgão revelou ainda que constam com testemunhas desta denúncia outras quatro vítimas, cujos crimes já prescreveram.

João de Deus foi preso e levado à penitenciária, mas foi internado após decisão judicial — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

João de Deus foi preso e levado à penitenciária, mas foi internado após decisão judicial — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Réu em oito processos

O Ministério Público já havia denunciado o médium oito vezes. A Justiça aceitou cada uma das denúncias — o que torna João de Deus réu em todos os processos. No total, contanto a nona denúncia, são 32 vítimas.

  • Quatro por crimes sexuais: dois deles já tiveram audiência realizada e os outros dois estão com audiência marcada;
  • Um por crimes sexuais, corrupção de testemunha e coação: ainda não teve audiência;
  • Um por crimes sexuais e falsidade ideológica: atualmente está em fase de citação (comunicação ao réu);
  • Dois por posse ilegal de armas de fogo e munição: um já teve audiência realizada. O TJ não deu detalhes sobre o outro caso.

Trâmite

De acordo com o Tribunal de Justiça, João de Deus ainda não foi ouvido em nenhum dos processos acima — o interrogatório será o último ato da fase de “instrução”. Depois da instrução, vêm as alegações finais da defesa de João de Deus e do Ministério Público e, então, a sentença.

Médium foi detido em dezembro do ano passado — Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

Médium foi detido em dezembro do ano passado — Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

Ação de indenização

Além dos oito processos criminais, o Ministério Público Estadual entrou com uma ação civil pública pedindo indenização no valor de R$ 20 milhões por danos morais e coletivos de todas as vítimas dos abusos. O dinheiro será usado em projetos de prevenção à violência sexual contra mulheres.

Os promotores já receberam 680 contatos de mulheres que se dizem vítimas. Destas, 160 já prestaram depoimento de maneira formal.

Além do médium, foram denunciados:

  • Sandro Teixeira de Oliveira, filho do médium. Ele responde pelos crimes de corrupção de testemunha e coação no curso do processo.
  • Ana Keyla Teixeira, esposa do médium. Ela foi denunciada por posse ilegal de armas de fogo e munições.
  • Edna Ferreira Gomes, assessora de imprensa. Responde por crime de falsidade ideológica, por fornecer informações falsas em documento registrado em cartório para forjar a inocência do médium.
  • João José Elias, advogado e amigo. Responde por crime de falsidade ideológica, por fornecer informações falsas em documento registrado em cartório para forjar a inocência do médium.
  • Reginaldo Gomes do Nascimento, policial militar e colaborador da Casa Dom Inácio de Loyola. Responde por crime de falsidade ideológica, por fornecer informações falsas em documento registrado em cartório para forjar a inocência do médium.

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