A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que a velocidade de movimentação do talude que pode se romper na mina da Vale, em Barão de Cocais (MG), era de 41,7 cm por dia no fim da manhã desta sexta-feira (7). Segundo o órgão, o dado se refere à parte inferior do paredão.
Nesta quinta-feira (6), a Vale retomou o transporte de cargas na Estrada de Ferro Vitória-Minas no trecho entre Sabará, na Região Metropolitana, e Barão de Cocais. A operação estava suspensa desde o dia 19 de maio por causa do risco de rompimento do talude Norte, na Mina de Gongo Soco.
De acordo com a mineradora, a decisão foi tomada após uma empresa internacional de consultoria “ atestar que uma eventual onda gerada pelo deslizamento” não atingiria a ferrovia.
Escorregamento
Na última sexta-feira (31), uma porção do talude se desprendeu e se acomodou no fundo da cava da mina. De acordo com a Defesa Civil do estado, o fragmento tinha cerca de 600 m². Segundo o major Marcos Afonso Pereira, considerando a dimensão do talude, isso representa menos que 1% da área.
A Vale informou que a Barragem Sul Superior, a 1,5 km do talude, não foi afetada pela queda da porção do paredão e que “as primeiras avaliações indicam que o material está deslizando de forma gradual, o que até o momento corrobora as estimativas de que o desprendimento do talude deverá ocorrer sem maiores consequências”.
A princípio, a mineradora, a Defesa Civil e a ANM temiam que a constante movimentação do talude provocasse a sua queda de forma brusca. Em um cenário mais grave, a vibração do colapso poderia causar o rompimento da Barragem Sul Superior, que está em nível máximo de alerta desde março.
Esta barragem foi construída pelo método de alteamento a montante, o mesmo usado nas barragens que se romperam em Brumadinho e em Mariana.
Sou Técnico de Mineração ETFOP 1976 e Engenheiro de Minas EEUFMG 1982. Trabalhei por mais de 30 anos no segmento e hoje tenho empresa de Consultoria em Mineração e Meio Ambiente. Gostaria de esclarecer alguns fatos relatados pela empresa VALE S/A e amplamente divulgados pela mídia e pela própria Defesa Civil. Eu suponho que a VALE S/A não está dizendo a verdade para a população e para os Órgãos de Controle mais uma vez. Vejam que já existe um deslizamento de talude ao lado direito do local do possível novo deslizamento na Mina de Gongo Soco em Barão de Cocais. Isto aconteceu no passado e ninguém ficou sabendo. Porventura vocês têm o registro deste deslizamento? Muito provavelmente a empresa não comunicou isto a ninguém. Perguntem isto aos empregados da empresa. Agora estão aproveitando que já estão todos literalmente na lama e estão fazendo este alarde para limpar um pouco a imagem da empresa antes de um novo possível mega desastre socioambiental. Os taludes da Mina da MALDITA VALE S/A em Barão de Cocais estão cedendo porque a empresa fez o que se chama Lavra Ambiciosa, ou seja, deixou um ângulo do pit final da cava maior do que o recomendado pela segurança de estabilidade das bancadas para lavrar todo o minério removendo o mínimo de estéril ou rejeito possível. É a ganancia e a impunidade reinando no país das imoralidades! Observem nas imagens que estão na mídia que outra parte da mina já cedeu no passado e foi corrigida pela empresa para parecer que era uma parte da mina com bancadas regulares. Isto é falsidade ideológica, enganando a população, a mídia e todos os Órgãos. Os empregados que tem conhecimento deste fato deveriam denunciar. Façam esta pesquisa sobre o meu relato e para confirmar os fatos.