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Vale implanta estrada exclusiva para veículos pesados em Brumadinho

Para suportar as operações de retirada de rejeito e dar continuidade ao pacote de obras integradas de recuperação ambiental em Brumadinho (MG), a Vale implantou um acesso rodoviário de 3,6 quilômetros de extensão onde funcionava o antigo ramal ferroviário da Mina Córrego do Feijão. O acesso é exclusivo para os veículos usados nas obras, especialmente para o manejo de rejeitos. A via começa próximo à ponte da Avenida Alberto Flores e vai até a área da mina. Com essa ação, a estimativa é que cerca de cem veículos pesados deixem de circular nas vias locais por dia, melhorando o trânsito, a segurança e o conforto das comunidades.

O acesso também irá propiciar maior segurança na atividade de remoção de rejeitos, especialmente na faixa entre a BH0 e a confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba, onde está concentrado o rejeito mais espesso. O trabalho de remoção é feito cuidadosamente e o planejamento dessa atividade é desenvolvido em conjunto com o Corpo de Bombeiros.

Até agora, foram removidos cerca de 750 mil m³ de material, que, após vistoria do Corpo de Bombeiros, são transportados para uma área dentro da Mina Córrego do Feijão, previamente definida e autorizada pelos órgãos competentes.

O planejamento de todas as atividades é realizado em conjunto com os respectivos órgãos responsáveis. A empresa segue com sua atuação pautada no diálogo, responsabilidade socioambiental e respeito às comunidades impactadas.

Conjunto de obras de reparação

A Vale abriu várias frentes de obras integradas para garantir a segurança geotécnica das estruturas remanescentes da Mina Córrego do Feijão, na zona rural de Brumadinho, a remoção e destinação adequada dos rejeitos e parte da recuperação ambiental, especialmente do ribeirão Ferro-Carvão e do trecho atingido do rio Paraopeba.

Na Mina Córrego do Feijão, a Vale está executando obras para reforçar a estabilidade das estruturas remanescentes, entre as quais a barragem B6, e do material que permaneceu na B1. Ao todo, serão aplicados R$ 1,8 bilhão até 2023, sendo de R$ 400 milhões a R$ 500 milhões neste ano.

O Plano de Contenção de Rejeitos apresentado pela empresa aos órgãos públicos, logo após o rompimento da barragem, divide as obras em três trechos. O Trecho 1 contempla intervenções ao longo de dez quilômetros, entre a B1 e a confluência do Ferro-Carvão com o rio Paraopeba; o Trecho 2 vai deste ponto até o município de Juatuba (MG); e o Trecho 3 é um faixa de aproximadamente 170 quilômetros do rio Paraopeba, entre Juatuba e a Usina de Retiro Baixo, no município de Pompéu (MG).

Na confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba, foi instalada uma Estação de Tratamento de Água Fluvial (ETAF).  A ETAF já está em operação e tem capacidade para tratar aproximadamente 2 milhões de litros por hora.

A previsão é de gerar 2,5 mil empregos no pico de obras. Atualmente, há cerca de 1,5 mil trabalhadores atuando nas intervenções, sendo mais de 800 de Brumadinho e região.

Acesse este link e relembre as obras de reparação detalhadas.

 

Fonte: Site da Vale

Um comentário

  1. Sou Técnico de Mineração ETFOP – Escola Técnica Federal de Ouro Preto 1976 e Engenheiro de Minas – Escola de Engenharia da UFMG 1982.
    Historicamente o processo de concentração do minério de ferro adotado pela VALE S/A e outras mineradoras nas minas onde as barragens de rejeitos se romperam e nas outras minas interditadas se denomina Flotação. É a separação dos rejeitos do minério por aeração com base nas características físico-químicas dos componentes da mistura. Trata-se da separação da parcela mais rica em ferro dos minérios após serem britados e finamente moídos. A parcela rica em ferro é separada dos rejeitos que são a sílica, a alumina e outros contaminantes menores. Neste tratamento industrial o minério passa por um processo que propicia a “flutuação” da parcela mais leve rica em sílica e alumina por aderência às bolhas de ar na aeração da mistura do minério bruto (ROM – Run of Mine) moído com os aditivos floculantes e água. Este material recebe o nome de “polpa”. Para isto são utilizados separadores onde se colocam esta polpa. O nome do minério de ferro no Quadrilátero Ferrífero é o Itabirito, composto por camadas sucessivas de ferro e outras camadas de sílica contaminada com alumina e outros componentes minerais menores. O concentrado de ferro se deposita no fundo dos separadores e os aditivos utilizados fazem com que a parte menos densa “flutue” por adesão às bolhas de ar que são insufladas nas “bacias” dos Separadores. Este rejeito dos separadores são posteriormente depositados nas barragens de rejeito juntamente com a água e os ADITIVOS químicos que continuam atuando por tempo indeterminado e mantendo os materiais depositados nas barragens numa condição de “polpa” indefinidamente, atrapalhando a sua sedimentação adequada no fundo das barragens.

    Como estes aditivos são orgânicos e ficam estocados num ambiente sem a presença de oxigênio nunca se degradam. Esta sedimentação expurgaria a água e tornaria os maciços mais estáveis, podendo até mesmo serem compactados e revegetados com cobertura de material orgânico fora dos vales de rios ou cursos d’água como é feito hoje na mina S11D no Pará. O processo pode ter uma etapa de aquecimento da polpa para evaporação da água e queima dos materiais oleaginosos e o amido (orgânicos).
    Porque é que a polpa direcionada às barragens não se sedimenta: A parcela que é aproveitada na pelotização é o concentrado de ferro, mas a parcela contaminada com material silicoso-aluminoso junto com a água e o Oleato de Sódio (ou outro material oleaginoso), o Amido (material orgânico) e os outros contaminantes é gerada em grandes volumes e seca-la em temperaturas adequadas encareceria o custo do processo de produção. Estes rejeitos não tem destinação que gere lucro para as empresas e sua composição não permite a compactação por décadas e décadas.
    As próprias empresas não saberiam afirmar quando é que este tipo de material se sedimentaria. Não existem exemplos práticos sobre a questão. Isto a empresa não informou e a imprensa não pesquisou. A VALES/A matou duas das principais bacias hidrográficas de MG e porque não do Brasil. Centenas de vidas foram ceifadas e o resultado foi o maior desastre socioambiental da história deste país. A VALE S/A já sabia que todas as barragens de alteamento à montante já tinham problemas há anos. Agora que os desastres já aconteceram adotaram a estratégia de dar avisos de emergência em todas as regiões onde estão localizadas estas barragens interditadas. Logo após o segundo acidente criminoso o ex Presidente da empresa Schvartsman anunciou que iriam “DESCOMISSIONAR” as barragens, aquelas que foram interditadas por altíssimo risco. Ele não divulgou que “DESCOMISSIONAR” significa reprocessar o “rejeito” estocado há 30, 40 anos ou mais nas barragens, mas que para os padrões atuais ainda têm altos teores de ferro. Antigamente os processos de concentração eram ineficazes e geravam um rejeito ainda muito rico em ferro. Esta estratégia “brilhante” reprocessará o material já lavrado, britado e moído contendo Oleato de Sódio e Amido, recuperando o minério rico e mantendo assim as minas interditadas em operação e gerando lucro. Os Órgãos de Controle como a ANM, a FEAM e a imprensa são mal informados ou coniventes. A VALE S/A pode estar blefando e enganando a população e os Órgãos de Controle mais uma vez.
    Observe nas imagens divulgadas pela mídia que após os rompimentos das barragens o material se “espalha” pelos vales se expondo finalmente ao sol e se oxidando. Desta forma se tornam um material pulverulento, seco e pode ser então carregado pelas retroescavadeiras e transportado por caminhões fora dos vales dos cursos d’água. Porque não fizeram isto antes?
    Confirme isto junto aos especialistas em Tratamento de Minérios das Universidades e aos tecnologistas das empresas.

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