Chefe de gabinete do governo Orlando Caldeira se mostra firme durante sabatina na Câmara Municipal

Na última reunião ordinária da Câmara Municipal de Itabirito, realizada na noite de segunda-feira (25), o chefe de gabinete do prefeito, Lucas França de Oliveira, mais conhecido como Luquinhas, foi sabatinado pelos vereadores da cidade.
O primeiro a fazer perguntas para o chefe de gabinete foi o vereador Ricardo Oliveira (Cidadania), responsável pelo requerimento de convocação a todos os secretários municipais de Itabirito. Ricardo, que é do mesmo partido do atual prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira (Cidadania), e que já foi da base aliada da atual administração municipal antes da vitória nas urnas, tem feito uma oposição sistemática ao governo de Orlando. Inclusive, há rumores de que o vereador se lançará como candidato à prefeitura da cidade na próxima eleição municipal.
Ricardo questionou Lukinhas sobre medidas tomadas pela prefeitura sem a abertura de um diálogo com a população de Itabirito, o que para ele cria desgastes desnecessários. Para exemplificar a afirmação, o vereador citou a questão das alterações no trânsito no bairro Santa Efigênia e a mudança da creche Dona Baratinha. O vereador ainda disse que, nos dois casos, a prefeitura voltou atrás nas decisões.
“Como responsável por estabelecer essa relação institucional entre o Executivo e a população, o correto não seria abrir um diálogo com a comunidade antes de tomar qualquer decisão que vai afetar a vida das pessoas?”, indagou o vereador.
O chefe de gabinete prontamente respondeu o questionamento. “O governo do Orlando é pautado em um governo dividido em gestão e gestão de equipes. Nas secretarias, cada um responde por elas. Então, no caso da secretaria de Educação, ela tem o livre arbítrio de poder definir certas situações, como obras e gestão. Quanto à secretaria de Trânsito é a mesma coisa. Eu estou aqui como pessoa de confiança do prefeito e, neste caso, ele tem pessoas técnicas nas secretarias que vão responder pelas ações, positivas ou negativas. Tanto nas partes assertivas, quanto nas partes negativas, cada secretaria tem a sua responsabilidade. Chega um momento que o prefeito divide essas responsabilidades. Neste momento, achamos pertinente voltar ao que era antes e não permanecer as mudanças”, afirmou Lukinhas.
Ricardo então resolveu fazer uma nova pergunta ao convidado. “Você tem sido o responsável pelas articulações em torno das nomeações de cargos comissionados. Isso o próprio Orlando me disse no gabinete. Tem sido grande o número de reclamações do atual inchaço na máquina pública. Você poderia nos relatar como tem sido essas nomeações desde o primeiro dia do mandato? Quantos comissionados tinham na gestão passada e quantos temos hoje? Eu e outros vereadores já fizemos essa solicitação via requerimento, mas ainda não obtivemos respostas”, enfatizou o vereador.
Lukinhas respondeu em seguida. “O gabinete realmente é o responsável pelas nomeações e exonerações. Todo o secretariado é responsável por admitir ou exonerar alguém da sua equipe. Então, tudo passa em nossa mão no gabinete sim. Antes, tinha muito desvio de função, com muita gente em uma secretaria e pouca gente em outra. Hoje, nós do gabinete, junto com todas as secretarias, estamos realocando cada função. E não conseguimos fazer tudo, porque senão desfalca alguma secretaria. Sobre a quantidade de pessoas que estavam antes e o atual número, eu fiz um balanço e, entre julho e agosto, nós tínhamos 117 efetivos e hoje temos 127. Já em relação aos comissionados, em julho e agosto eram 344 e hoje são 344. O que está acontecendo é a realocação”, disse o chefe de gabinete.
O vereador Ricardo continuou sua série de perguntas e questionou Lukinhas sobre um possível caso de nepotismo na prefeitura. “Para você, responsável por coordenar as nomeações, não é nepotismo a nomeação do seu irmão a um cargo no Saae e também de parentes próximos nomeados em outros cargos na estrutura da prefeitura?”, frisou.
“Eu não indiquei meu irmão. Quando o Rogério chegou, ele falou: o engenheiro civil vai ser essa pessoa! Coincidentemente era meu irmão”, respondeu Lukinhas.
Ricardo afirmou que, durante a campanha eleitoral, Orlando sempre se afastou da posição de político, se apresentando como gestor e prometendo acabar com as velhas práticas da política e uma gestão eficiente. “A verdade que temos visto é: aparelhamento da máquina pública, que é uma velha prática; nomeação de parentes de vereadores para cargos estratégicos dentro da prefeitura. O prefeito já se deu por vencido e resolveu dar continuidade ao que prometeu acabar?”, interpelou.
“Essa pergunta tem que ser feita para o prefeito e não para mim. Eu não posso responder aqui se o prefeito se deu ou não por vencido. O que eu posso dizer é que, como já mencionei, todos os secretários tem livre arbítrio para contratar e exonerar qualquer tipo de pessoa. Se está acontecendo esse aparelhamento, vem de uma questão do secretariado. Mas se ele se deu por vencido, me desculpa, mas isso não posso responder”, informou Lukinhas.
O chefe de gabinete se mostrou firme durante a sabatina e seu trabalho foi elogiado por alguns vereadores. A intensão de Ricardo é levar todos os secretários municipais para a Câmara Municipal, garantindo à população uma possibilidade de conhecer o perfil do secretariado municipal, bem como as medidas que estão sendo tomadas pela equipe do prefeito na atual administração.