
As atividades da mineradora Samarco foram retomadas nesta sexta-feira (11) em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, cinco anos depois do rompimento da Barragem de Fundão que matou 19 pessoas, poluiu o Rio Doce e destruiu os vilarejos Bento Rodrigues, Paracatu de Baixo e Gesteira.
O anúncio foi feito pelo prefeito da cidade, Duarte Júnior (Cidadania), em suas redes sociais.”Recebi ontem, em meu gabinete, para uma reunião de trabalho, o presidente da Samarco, Rodrigo Alvarenga Vilela, e informo a todos vocês que a empresa retorna as suas atividades hoje. Não haverá cerimônia ou evento para marcar o momento, respeitando as normas e também todos os familiares e vítimas do rompimento da barragem”, disse ele.
A prefeitura confirmou que a extração de minério de ferro também foi retomada. Na última quarta-feira (9), a Samarco havia dito ao G1 que iria começar apenas o comissionamento integrado das operações, o que consiste no teste de equipamentos.
A mineradora também afirmou, então, que as atividades iriam começar “nos próximos dias” no Complexo de Germano – onde ficava a Barragem de Fundão, que se rompeu. A operação de um dos seus três concentradores e da nova planta de filtragem de rejeitos também fazem parte da retomada, segundo a mineradora.
Nesta sexta-feira (11), a Samarco informou que o reinício das operações atualmente está “previsto para a segunda quinzena de dezembro quando se espera o começo da produção de pelotas de minério de ferro no Complexo de Ubu (ES), e após finalizados todos os testes dos equipamentos”.
Licença concedida em 2019
A mineradora destacou que “o reinício gradual acontece após a empresa obter licenças ambientais aprovadas por órgãos competentes e incorporar novas tecnologias para disposição final de rejeitos – cava confinada e sistema de filtragem de rejeitos para empilhamento a seco”.
Em outubro de 2019, o Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam) aprovou a concessão de uma licença que permite a Samarco voltar a operar em Mariana.
Após o rompimento, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do estado (Semad) havia suspendido, em agosto de 2016, todas as licenças relacionadas à operação da mineradora na cidade. A empresa ficou, apenas, com as autorizações para obras emergenciais para garantir a estabilidade das estruturas remanescentes na mina e também para controle do dano ambiental no local.
A licença corretiva, aprovada em 2019 pelo Copam, substitui 36 licenças anteriores e reúne 14 processos de licenciamento que estavam em aberto.
“Nossa economia vem melhorando, dentro do possível, mas reconheço a importância da mineradora na geração de emprego neste momento e tenho a certeza que o reflexo deste retorno será positivo para milhares de famílias e, consequentemente, para toda cidade”, disse o prefeito em seu anúncio nesta sexta-feira.
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ABSURDO QUE ESSAS MINERADORAS LIDERADAS PELA VALE S/A CONTINUEM A POLUIR E ACABAR COM OS MANANCIAIS DE ÁGUA. Cadê ANM, CODEMA, FEAM, COPAM e outros Órgãos de controle ambiental mantidos COM OS IMPOSTOS QUE PAGAMOS e que tem a obrigação legal de agir quando são demandados: IGAM, Comitê da Bacia do Rio das Velhas, Subcomitês das bacias dos Rios, IEF, IBAMA, ICMBio, MPMG, e outros? Será que nenhum destes Órgãos vai resolver as questões desta mineradora que matou centenas de pessoas e nascentes de água em Mariana, Itabirito, Moeda, Brumadinho e Barão de Cocais?