Talibãs executa parente de jornalista da emissora DW no Afeganistão
Os militantes ja começaram também a execução de cristãos e não manteve a palavra de liberdade para as mulheres

Talibãs executaram a tiros o parente de um jornalista da Deutsche Welle (DW) no Afeganistão e era procurado pelos militantes, informou o canal público de televisão alemão nesta sexta-feira (20).
Um outro familiar do jornalista ficou gravemente ferido e vários conseguiram fugir, segundo a DW, que não informou a nacionalidade das vítimas e não relevou a identidade do profissional. Ele atualmente mora e trabalha na Alemanha.
Alguns jornalistas da imprensa afegã dizem que foram espancados e tiveram suas casas invadidas desde que o Talibã tomou a capital Cabul, no domingo (15), e voltou ao poder após 20 anos. A DW diz que os talibãs foram às residências de pelo menos três jornalistas da emissora.
Também nesta sexta, um civil alemão foi baleado a caminho do aeroporto de Cabul, mas não corre risco de vida e logo será evacuado do Afeganistão, afirmou uma porta-voz do governo alemão (veja mais abaixo).
Apesar da tentativa inicial do Talibã de tentar passar uma imagem menos radical, militantes do grupo extremista têm intensificando a busca por pessoas casa a casa, aponta documento confidencial da ONU (Organização das Nações Unidas).
Os talibãs têm listas com nomes e os alvos são pessoas que trabalharam para forças de segurança afegãs, americanas e da Otan, além de veículos de imprensa e entidades internacionais, segundo o relatório de inteligência da ONU.
O documento relata ameaças de matar ou prender familiares caso os alvos não sejam encontrados, exatamente como ocorreu com o parente do jornalista da DW — o que contradiz frontalmente as garantias públicas do grupo extremista.
O Talibã havia dito na terça-feira (17), em sua primeira entrevista coletiva, que permitiria o trabalho da imprensa e que mulheres poderiam trabalhar, ao contrário do que ocorreu quando o grupo esteve no poder, entre 1996 e 2001.