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Entenda o que é o BREXIT, e se a saída pode AFETAR O BRASIL

Escassez de combustíveis, gás, e falta de motoristas de caminhões afetam a economia?

O que é o Brexit?  Ouça em Podcast

O Brexit foi a nomeação da saída do Reino Unido da UE (União Europeia), com junção de duas palavras, “British Exit“. Esse referendo foi organizado após a aprovação do European Union Referendum Act de 2015 pelo Parlamento britânico. Em 31 de janeiro de 2020, às 23h00h UTC, ocorreu a saída formal do Reino Unido da União Europeia, após mais de três anos e meio do referendo do Brexit.

Brexit era a promessa de retomar o controle das fronteiras —take back control, no slogan usado em inglês— e preservar empregos e benefícios sociais para os britânicos.

Diante do desastre político de longas filas de motoristas em postos de gasolina ou prateleiras vazias de supermercados, o primeiro-ministro Boris Johnson optou por colocar a ideologia de lado por um tempo e apostar no pragmatismo, mesmo que envolva algum constrangimento.

Johnson aprovou a concessão temporária de 5.000 vistos para caminhoneiros da União Europeia (UE) trabalharem no Reino Unido. E outros 5.000 para que a indústria britânica de carnes possa recontratar trabalhadores comunitários —principalmente da Europa Oriental— e levar suas fábricas de processamento a plena capacidade.

A causa desses problemas de abastecimento não é a falta de gasolina. Há de sobra. Em vez disso, reside na falta de motoristas de caminhão para transportar o combustível até os pontos de reabastecimento.

A indústria de transporte britânica estima em 90.000 o número de motoristas necessários para manter as coisas funcionando sem problemas.

Cerca de 50.000 pessoas deixaram seus empregos durante a pandemia, seja porque se aposentaram ou porque escolheram outra profissão. Além disso, cerca de 20.000 motoristas da UE voltaram aos seus países.

A nova lei de imigração, aprovada imediatamente após o Brexit, estabelece um sistema de pontos para entrar no Reino Unido. Os cidadãos da Comunidade Europeia já não têm prioridade sobre os do resto do mundo.

E as cotas temporárias de contratação —principalmente para os setores de saúde e agropecuária— têm sido escassas e de alcance limitado. Essa excepcionalidade nunca foi contemplada para as transportadoras, como o Governo Johnson agora pretende fazer.

E nem todo o setor está convencido de que a solução dos vistos temporários, reduzidos e atrasados, seja a correta. “Acho que o que estamos vendo tem a ver acima de tudo com o nível salarial dos motoristas”, explicou à BBC Toby Ovens, diretor administrativo de uma das principais empresas de transporte e logística do Reino Unido, a Broughton Transport Solutions.

“As margens no setor de transporte estão muito apertadas e você não tem dinheiro para aumentar os salários sem que isso não tenha impacto no preço que será repassado aos clientes”, diz Ovens.

O BREXIT afeta a economia brasileira.

De certo modo, sim. Apesar de a Inglaterra não ser um parceiro comercial e econômico de muito peso para o Brasil, representando menos de 2% do total de exportações brasileiras, o Brexit enfraquecerá o bloco europeu — e é nesse ponto que nosso país pode ser prejudicado.

Isso porque nada menos do que 18% das exportações brasileiras tem como destino países do bloco europeu. Com a desestabilização causada pela saída da Inglaterra, algumas negociações podem ser prejudicadas ou até mesmo extintas.

Além disso, há anos os governos de países sul-americanos pertencentes ao Mercosul (Mercado Comum do Sul) e europeus negociam um acordo de livre comércio entre os dois blocos, o que facilitaria enormemente as relações comerciais entre os países membros. Porém, caso a União Europeia tenha suas estruturas muito abaladas pela saída da Inglaterra, as negociações podem estacionar ou simplesmente não valerem mais a pena, já que grandes investidores veem com incerteza a continuidade do bloco europeu.

Por outro lado, todas as empresas brasileiras que já possuem negócios na Europa terão que fazer acordos e negociações diretamente com o governo britânico, caso desejem atuar na Inglaterra. Nesses casos, o impacto pode ser positivo, visto que, como as parcerias serão fechadas de país para país e não de país para um conjunto de países, as empresas brasileiras terão maior poder de barganha e negociação, podendo conseguir acordos bastante vantajosos.

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