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Itabirito: reunião da Câmara é marcada por críticas ao Executivo

Na última reunião da Câmara Municipal de Itabirito, realizada na noite desta segunda-feira (30), alguns vereadores teceram críticas ao Executivo Municipal.

O vereador Daniel Sudano (Cidadania), por exemplo falou sobre a retirada de galhadas no Rio Itabirito. “Os trabalhos continuam na retirada das galhadas do Rio Itabirito, só que, ao mesmo tempo, com a chuva e também esse maquinário pesado trafegando nas margens do rio, quem está observando, a mata ciliar está praticamente toda detonada. Já não existe mais a mata ciliar; está na terra pura. Busquei informações com os técnicos da Semam, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e já tem um projeto para recomposição dessa mata ciliar, porque do jeito que está, se continuar até o final do ano, vai vir a chuva e vai causar um assoreamento grave no nosso Rio Itabirito”, afirmou o vereador.

Daniel falou também sobre a preocupação de algumas pessoas em relação ao isolamento na estrutura de contenção a jusante (ECJ) da Mina Fábrica, uma estrutura que tem a capacidade para reter os rejeitos das barragens Forquilhas I, II, III, IV e Grupo, de Ouro Preto.

“Algumas pessoas me procuraram, até da zona rural e do distrito de Engenheiro Correia, que já faz parte de Ouro Preto, em relação ao muro. Eles viram uma movimentação lá de caminhões, máquinas, e eles acharam que o muro estava com algum problema, com trinca ou alguma avaria. Passamos essa informação para o prefeito Orlando, para ele ver o que estava acontecendo, porque o pessoal estava preocupado. A área havia sido isolada e não tinha nenhuma informação. O próprio prefeito esteve in loco hoje, conversando com funcionários da Vale sobre a questão do muro. Então, a princípio, não tem nenhum dano estrutural. O que eles estão fazendo lá é uma recomposição dos taludes que foram danificados, próximos ao muro, devido às fortes chuvas de janeiro”, disse o vereador.

Já o vereador Wellington Danilo dos Santos (Cidadania), o Danilo Grilo, narrou uma situação que acompanhou, sobre uma senhora que recebe cesta básica da Prefeitura de Itabirito. “Eu estava passando perto da Secretaria de Assistência Social e aconteceu algo que foi muito importante pra mim. Melhorou a cesta. Eles estavam ganhando uma cesta bem pequena e, hoje, a cesta está boa e vem até leite em pó. Por que eu estou falando que vem leite em pó? Eu estava vendo uma senhora carregando a cesta e ela tinha uma faixa de 70 anos, mais ou menos. Eu parei e perguntei para onde ela estava indo. Ela disse que estava indo para a Vila Gonçalo. E eu falei: ‘então entra no carro porque eu levo a senhora.’ E ela me contou uma coisa que eu fiquei abismado. Não tem nenhum carro da prefeitura ajudando eles a levarem as cestas”, pontuou o vereador.

Danilo Grilo disse que a Prefeitura de Itabirito deveria colocar um veículo para entregar as cestas nas residências das pessoas que recebem o benefício. “Como que uma senhora vai levar a cesta?  Porque filha, menino novo, não vai lá não. É vergonha demais. É muita vergonha você receber uma cesta. Vai é a mãe ‘calçar a cara’. Eu achei isso um absurdo. Então, o que eu vou falar pro Social: ‘gente, coloca um carro. Não deixa essas pessoas descerem pra receber essa cesta. Entrega na porta da casa delas.’ O sofrimento é grande. Eu tenho certeza que uma pessoa que recebe cesta, não tem dinheiro para pagar uma lotação ou um 99 (aplicativo de transporte). Eu solicito à secretária Rose, ou ao secretário de Transporte, que vocês coloquem um carro, um ônibus, uma van ou uma kombi. Mas entrega a cesta na porta dessas pessoas que tanto precisam”, frisou o vereador.

O vereador Anderson Martins (MDB) também falou sobre alguns pontos de inquietação em relação ao Executivo. “Dia 8 de janeiro vai ficar marcado na memória dos itabiritenses, porque foi nesse dia que teve a enchente. O rio que saiu da sua calha; da sua caixa, invadiu casas aqui no centro, os taludes em alguns pontos; barrancos caíram nas casas, trazendo um transtorno emocional. Eu vou falar aqui um pouco do bairro em que eu moro, que é o bairro São José. Tem uma moça que mora no bairro São José, por nome Jaqueline. Quando a Jaqueline me cobra no Facebook, a minha ‘cara queima’. Da vontade de esconder minha cara em um saco, pra me esconder de vergonha, porque ela me cobra as vezes e eu não tenho condição de atendê-la, mesmo eu sendo da base do governo hoje, porque tem coisas que não dependem do vereador; da Casa Legislativa”, iniciou o vereador.

Anderson comentou sobre uma conversa que teve com o secretário de Obras e Serviços, Geraldo Torres. “A execução de obras depende totalmente do Executivo; da Secretaria de Obras; da Secretaria de Desenvolvimento; da Secretaria de Assistência Social. E hoje, eu caminhei até o Geraldinho, que é o nosso secretário de Obras, por sinal um cara acessível e um baita profissional na área da construção civil; tem uma empresa bacana e, por isso, ele veio parar na Secretaria de Obras. E a minha pergunta para o Geraldinho foi essa: ‘Que dia vão começar as obras emergenciais? Estou sendo cobrado quando passo no bairro São José, na altura do final do bairro, na Rainha da Sucata. O negócio está ficando feio para mim e até para outros vereadores que moram lá também e que tiveram votos no bairro. O vereador Renê teve uma quantidade de votos lá que eu até assustei quando rastreei. Arnaldo teve voto lá. Todo mundo teve voto lá. O São José é um dos bairros que mais cresce e a gente é colocado na parede. Somos cobrados e para quem não frequenta a Casa Legislativa; para quem não sabe como funciona um processo legislativo, acha que é de responsabilidade nossa de executar obra, como na Rainha da Sucata. Eles acham que a gente tem a prerrogativa de resolver o problema na BR-356, que está ali no final das Calçadas uma confusão. Não depende da gente!'”, enfatizou.

De acordo com o vereador Anderson Martins, o secretário de Obras afirmou que, pelo fato de estar chegando ao fim o estado de calamidade pública, um decreto que facilita ações administrativas, as obras não serão realizadas neste momento.

“O Geraldinho falou comigo assim: ‘Pastor Anderson, nós estamos dentro da calamidade pública. Estamos dentro de um decreto chamado calamidade pública. Nós fizemos o processo todo para começar essas obras, dentro da calamidade pública, mas ela está chegando ao final e houve uma orientação do Tribunal de que nós, infelizmente, não vamos mais poder fazer essas obras.’ Aí a minha cabeça esquentou. Ele disse que vai ter que ser feito um novo processo. Tudo indica que não vai sair da forma como eu pensei que ia sair. O tempo vai ser mais prolongado. Então, eu não posso pegar essa responsabilidade que é do Executivo; da Secretaria de Obras, e colocar nas costas dos meus companheiros que aqui estão. Seja de situação ou oposição. Eu fico preocupado, porque eu queria que essas obras já tivessem terminando. E tem algumas empresas que ganharam processos que eu não estou entendendo, como ali indo para o Novo Itabirito, e o negócio não funciona. Tem meia dúzia de pessoas trabalhando lá. Uma obra de mais de R$ 500 mil. Ganharam a licitação? Então que façam o serviço!”, acrescentou o vereador.

Anderson lembrou ainda que o período de chuvas se aproxima. “Está chegando chuva novamente. Estamos próximos dos meses de outubro e novembro. E aí? Como vamos fazer? Não posso me furtar dessa responsabilidade primeiro de me comunicar com quem me colocou nesta Casa; os meus eleitores; pessoas que acreditaram no pastor Anderson do Sou Notícia. Estou aqui para dizer pra vocês: eu continuarei cobrando da Secretaria”, comentou.

Ainda sobre a questão das obras, o vereador Anderson Martins ressaltou que o trabalho do setor de Licitações e Contratos deve ser ágil. “Espero que a Secretaria de Licitação da Prefeitura seja ágil, responsável, competente, para tocar esse processo, porque queremos ver a nossa cidade reerguida. Dinheiro tem, graças a Deus. Nós temos uma arrecadação que é uma das maiores dentro do estado de Minas Gerais. Temos um prefeito que ama a cidade. Temos uma Casa de Leis que liberou tudo que tinha que liberar para que as coisas acontecessem. Então, que fique registrado; que ninguém aqui fique com raiva de mim, porque o meu compromisso é com o povo. Meu partido é o povo. Na hora que tiver que parabenizar, a gente parabeniza. Quando tem que chamar atenção, chamamos. Temos que chamar a atenção do povo para que nossa cidade possa se desenvolver”, afirmou o vereador.

Participação popular

O vereador Anderson Martins comentou, durante a reunião, sobre a importância da participação popular nas reuniões da Câmara Municipal, reforçando que o cidadão deve conhecer o trabalho da Casa Legislativa para poder se posicionar e se manifestar sobre as decisões que são tomadas.

“É importante a população participar do desenvolvimento da cidade. Afinal de contas, foi a população que nos escolheu para estarmos aqui. Então, a população tem que entender que ela também tem uma parte de responsabilidade em acompanhar o Poder Legislativo. Eu faço esse apelo aqui: a população precisa frequentar a Casa Legislativa. A política está enraizada em nosso dia a dia. É por meio da política que nós votamos projetos que envolvem saúde, segurança pública, desenvolvimento econômico. Então você precisa saber quem você colocou aqui; quem você vai escolher este ano para a presidência da República; para o Senado Federal; para deputado federal, deputado estadual. São os políticos na esfera municipal que desenvolvem o município”, disse o vereador.

Anderson comentou sobre as diárias concedidas aos vereadores e servidores da Câmara. “Um abraço para cada cidadão itabiritense que acredita nesta bancada de vereadores, eleita no ano de 2020 e tem sua legislatura até o dia 31 de dezembro de 2024. Que possamos desenvolver esse município, com amparo dos nossos deputados estaduais e deputado federal. E também esse relacionamento bacana que nós temos hoje com o Senado. Sempre que vamos em Brasília, tem uns ‘boca bamba’ que fica criticando o parlamentar que usa a diária dessa Casa de Leis. A diária é constitucional; ela tem uma resolução. Todas as vezes que tenho a oportunidade de usufruir aquilo que é constitucional, eu vou até Brasília para estreitar meu relacionamento com quem está na esfera federal, no Senado, para desenvolver o nosso município”, destacou.

“Eu não tenho medo, de forma alguma, de ser criticado nas redes sociais pelo fato de eu sair de Itabirito e buscar emenda parlamentar para meu município. Estou aqui com muita felicidade e digo para a cidade de Itabirito: aqui tem pessoas que amam Itabirito, assim como eu posso dizer isso. Tem 11 anos que eu estou nesta cidade. Que cidade maravilhosa. Aqui não é Rio de Janeiro, mas é uma cidade maravilhosa. É uma cidade acolhedora e eu estou disposto a dar minha vida para defender essa cidade. Na esfera federal, tem que ter relacionamento. Eu já cheguei na casa de quase R$ 2 milhões de emendas parlamentares. Eu ganho aqui R$ 4.300,00 por mês e se eu tirar desse dinheiro para ir para Brasília, vai lascar um pouco. Então, eu vou lá porque eu defendo esse município e tenho peito para falar isso. E parabéns para os vereadores que estão defendendo Itabirito junto à esfera federal, até mesmo estadual, por meio dos deputados estaduais”, finalizou o vereador.

Projetos de Lei

O Projeto de Lei (PL) 79/2022, de autoria do vereador Anderson Martins, que institui o atendimento preferencial a pessoas que foram submetidas a transplante de órgãos, foi discutido e aprovado, em primeira votação. “Tem um Projeto de Lei, de minha autoria, que entra nesta casa hoje, que institui o atendimento preferencial, no âmbito municipal, para pessoas que foram submetidas a transplante de órgãos e tecidos. Sabemos que enfrentar uma fila não é fácil. Nós, que temos saúde, se ficarmos muito tempo na fila, é complicado. Agora, imagina uma pessoa que passou por uma cirurgia?”, disse o vereador.

O PL 80/2022, que institui a Campanha do Agasalho: doar é um ato de amor, de autoria do vereador Anderson, também foi discutido e aprovado, em primeira votação.

“Eu falei aqui que projeto bom é projeto executado. Falei sobre os bebedouros e, hoje, a prefeitura notificou, e as pessoas já estão se adequando, para deixar bebedouros à disposição para as pessoas que vão em bancos, casas lotéricas e etc. Isso é muito importante”, afirmou o vereador, ao relembrar a Lei Municipal de sua autoria, que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação, nos estabelecimentos bancários, agência dos Correios, casas lotéricas e outras repartições públicas, de bebedouro com água potável, refrigerada, com instalação hidráulica própria para este fim, aos clientes e usuários dos serviços.

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