Um relatório de vistoria de áreas emergenciais, com avaliação geológica ou geotécnica, concluiu que os moradores das ruas Romeu Pereira Silva (números 44, 78, 95, 111, 114, 123, 126, 138), Domingos Santos (números 118, 129, 142B,154A, 154B, 166) e Felipe dos Santos (número 755), do bairro Vila Gonçalo, podem retornar com segurança para os imóveis.
Durante o período de chuvas 2021/2022, surgiram trincas ao longo da encosta que fica na rua Romeu Pereira da Silva, o que motivou a necessidade de remoção preventiva das famílias que residiam nos endereços citados acima.
O laudo de estabilidade apresenta as tratativas de fechamentos das trincas que foram identificadas no período das chuvas em janeiro de 2022.
“Contatou-se, no momento da vistoria, que na encosta a montante da Rua Romeu Pereira da Silva, em decorrência do período chuvoso 2021/2022, surgiram indícios de movimentação (trincas) em trechos específicos do terreno. As trincas e degraus de abatimento refletem a formação de superfícies de ruptura ao longo dos taludes e encostas indicando a possibilidade da ocorrência de movimentos gravitacionais de massa em maior ou menor grau”, diz o relatório.
O laudo de estabilidade descreveu, ainda, algumas conclusões e recomendações:
- A principal ação preventiva que deve ser considerada para a não ocorrência de movimentos gravitacionais de massa ao longo da encosta avaliada tem relação com o controle do escoamento das águas superficiais.
- A primeira medida que foi executada paliativamente, ainda no período de chuvas, pela Prefeitura Municipal de Itabirito e moradores foi o redirecionamento das águas superficiais ao longo do topo com a inserção de dispositivos de drenagem. Mesmo que de forma artesanal esses dispositivos contribuíram para a não progressão do quadro atual.
- Durante o período sem chuva (seco) do ano de 2022, que se faça a reavaliação e adequação desse sistema provisório de drenagem, para que ele continue exercendo nos próximos períodos de chuva a função de captar e conduzir adequadamente os volumes excessivos das águas escoadas nesse trecho da encosta.
- A importância não apenas da adequação das dimensões e dos materiais usados na implantação do sistema provisório, mas, principalmente, para a adequação do lançamento das águas escoadas pelo sistema para que ele não se torne um indutor de novos deslizamentos ao lançar todo o escoamento diretamente na encosta.
- Fechamento das trincas e degraus de abatimento observados em superfície. Como já descrito essa ação é importante para impedir que as águas escoadas sejam direcionadas ao longo das trincas promovendo a saturação excessiva da camada de solo superior do terreno. Esta ação foi executada pela Prefeitura Municipal de Itabirito no mês de fevereiro do ano de 2022.
- A área é passível de monitoramento, desde que esse seja realizado de forma periódica, para acompanhamento do quadro atual. Não é necessário retirar em definitivo as famílias, em decorrência das trincas e degraus de abatimento que surgiram na encosta a montante das edificações pelos motivos descritos anteriormente. Entretanto, deve-se acompanhar especialmente o surgimento de novas patologias com acompanhamento técnico. Em caso do aparecimento de trincas e/ou abatimentos ao longo da encosta nova vistoria deve ser realizada, bem como a verificação da necessidade de adoção de medidas preventivas em relação às famílias.
A avaliação foi realizada pelo Engenheiro Geólogo e Responsável Técnico, Leonardo Andrade de Souza, CREA MG 78885/D, Msc em Engenharia Civil e Doutor em Geotecnia.
