Datafolha tenta encobrir falhas justificando que houve um ‘movimento de última hora para Bolsonaro’
Um “movimento de última hora” em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL). Essa é a explicação de Luciana Chong, diretora do Datafolha, para os erros dos institutos de pesquisas nas eleições presidenciais.
Na véspera das eleições, Datafolha e Ipec (ex-Ibope) cravaram que a diferença entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe do Executivo seria de 14 pontos percentuais. Ao término da apuração dos votos, no entanto, constatou-se uma diferença de 5 pontos. A margem de erro dos levantamentos dos institutos é de 2 pontos percentuais (para mais ou para menos).
Fato é que as pesquisas de intenção de voto do Datafolha, ao longo de toda a campanha eleitoral, mostravam Lula com ampla vantagem, o que não aconteceu na prática. Agora, a credibilidade dos institutos de pesquisa, mais do que nunca, está à prova.
Chong alegou, em entrevista concedida nesta segunda-feira, 3, à GloboNews, que “um movimento de última hora” em favor de Bolsonaro, vindo de eleitores que inicialmente votariam em Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), explica o resultado do primeiro turno.
No domingo, Bolsonaro obteve pouco mais de 51 milhões de votos (43,2%). Lula, por sua vez, r recebeu votos de 57,2 milhões de eleitores (48,4%). Para ser eleito no primeiro turno, um candidato precisa da maioria absoluta dos votos. Caso nenhum presidenciável consiga esse número, a eleição prevê um segundo turno entre os mais bem votados. E foi o que aconteceu, ao contrário do que previam as pesquisas.