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Hipólita Jacinta Teixeira de Melo será homenageada e incluída no Panteão da Inconfidência em Ouro Preto

Este sábado (29) será um dia histórico em Ouro Preto, com a homenagem a Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, uma mulher de destaque na luta pela Inconfidência Mineira. A cerimônia será realizada no Museu da Inconfidência, a partir das 11h, e será aberta ao público. Durante o evento, Hipólita será incluída no Panteão da Inconfidência, ao lado de Tiradentes e dos demais conjurados.

Infelizmente, os restos mortais de Hipólita não foram encontrados, mas uma caixa com terra recolhida da fazenda onde viveu será depositada dentro da lápide. Zélia Duncan apresentará a canção que compôs para a inconfidente, e um estandarte de dois metros de altura bordado por bordadeiras mineiras e criado pelo estilista Ronaldo Fraga será içado na entrada do Panteão. Após a cerimônia, será realizada uma mesa-redonda sobre Hipólita com a participação dos convidados.

A inclusão de Hipólita no Panteão é um marco porque corrige o apagamento do papel da mulher na história mineira e na participação na esfera política. A vedação de acesso da mulher ao mundo público foi de tal forma enraizada na sociedade que até hoje se mantém no centro da desigualdade de gênero, opina a historiadora Heloísa Starling, que acrescenta que o evento destaca a importância da mulher politizada, que é alvo de uma modalidade bem definida de controle e repressão.

Hipólita era uma mulher destemida, mas pouco se sabe sobre sua história. Quando a notícia da prisão de Tiradentes chegou à fazenda da Ponta do Morro, na noite de 20 de maio de 1789, Hipólita decidiu que precisava consumar a rebelião, declarar a Independência nas Minas e instalar a República. Na fazenda da Ponta do Morro ela deu a ordem para o início do levante militar.

Quando a Conjuração desandou e o clima de medo generalizado se instalou, o visconde de Barbacena impôs à inconfidente uma punição exemplar e cruel, o que a levou a perder tudo. Hipólita morreu em 1828, mas as ideias de Independência e República fizeram parte de toda a sua vida.

A vida de Hipólita alarga e renova a compreensão do acontecimento histórico: a Conjuração Mineira é também o que acontece com uma mulher, ao fim do século 18, de inequívoco protagonismo político.

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