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O palco de uma noite sombria em Antônio Pereira

Num domingo de agosto, as notas da celebração de um campeonato municipal de futebol em Antônio Pereira, distrito de Ouro Preto, ressoavam como cânticos de paz. Mas uma sombra inesperada pairou sobre esse cenário sereno, alterando o rumo da história.

No último domingo (30), o silêncio da noite foi quebrado pela chegada abrupta de seis viaturas da Polícia Militar, desencadeando uma série de eventos que deixou a comunidade estremecida. A operação policial, que surgiu como uma tempestade em céu claro, resultou em confrontos e ferimentos, gerando indignação nas testemunhas que assistiam perplexas à cena.

A ação policial, segundo testemunhas, pareceu excessiva, desencadeando tumulto e pânico entre os participantes da festa. O luar testemunhou a festa pacífica tornar-se um campo de confronto e dor.

Nesta quarta-feira (02), a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) reuniu-se para ouvir relatos chocantes de agressões que ocorreram durante o evento. Entre os depoentes estava Marcel Alves, um dos moradores da região que foi detido durante a operação policial.

As denúncias alarmantes de agressões foram apresentadas à comissão pelo vereador Vander Ferreira (Solidariedade) de Ouro Preto. O som das vozes indignadas ecoou pelas paredes da sala, enquanto as cicatrizes emocionais de uma noite traumática ressurgiam.

O saldo doloroso dessa noite inclui pelo menos nove pessoas feridas, com o caso mais grave envolvendo Natália Aparecida Silva, uma enfermeira de 34 anos que perdeu a visão em um olho após ser atingida no rosto por uma bala de borracha. Seu futuro, outrora promissor, agora se vê tingido de incertezas.

A Comissão de Direitos Humanos não se calou diante desses relatos perturbadores e anunciou medidas enérgicas. O caso será formalmente encaminhado ao Comando Geral da Polícia Militar e à Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, exigindo uma investigação minuciosa e a responsabilização dos envolvidos.

A comunidade de Antônio Pereira, mergulhada na sombra do incidente, exige respostas e transparência sobre a conduta das forças policiais. Nas noites estreladas do distrito, o clamor por justiça ressoa como uma canção de esperança, ecoando por entre as ladeiras e vielas.

Enquanto as investigações se desenrolam, o silêncio tenso de Antônio Pereira espera por respostas, aguardando que a luz da verdade possa finalmente dissipar as nuvens escuras dessa noite sombria.

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