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“Falam de Brumadinho e Mariana, mas se esquecem de Itabirito”, diz esposa de vítima da Herculano

Mineração mata 3 vezes mais que média geral do país, diz jornal

Em uma reportagem especial na qual o jornal O Tempo, de Belo Horizonte, diz que a mineração mata três vezes mais que a média de outras atividades trabalhistas no Brasil, uma entrevistada pelo periódico relembrou o rompimento da barragem na Herculano Mineração, empresa instalada em Itabirito (Região Central de Minas).

“Minha mágoa é que todo mundo fala de Mariana, fala de Brumadinho, mas não se lembra do acidente com a barragem da Herculano em Itabirito. Será que é porque morreram só três pessoas? Mas eram três vidas, eram três pais de família”, lamenta Suzana Serravite da Costa Melo (63). No dia 10 de setembro de 2014, além do marido dela, o topógrafo Reinaldo Costa Melo (68), morreram o motorista Christiano Fernandes Silva (32) e o operador de retroescavadeira Adilson Aparecido Batista (44) que teve o corpo encontrado 40 dias após do rompimento.

Ainda de acordo com o jornal, “um ano e três meses depois do rompimento da barragem, a Polícia Civil indiciou, por homicídio com dolo eventual e por mais sete crimes ambientais, cinco pessoas da Herculano e uma da empresa que fazia auditoria da estrutura. Mas ninguém chegou a ser preso. A ação tramita no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Procurada, a empresa não se manifestou.

Entretanto, informações obtidas pelo Sou Notícia garantem que, depois das mortes, a Herculano mudou o seu sistema de barragens de contenção de rejeito de minério. Atualmente, o rejeito é estocado a seco, ou seja, a mineração é feita com o uso de menos água. Trata-se da maneira mais moderna e mais usual em países desenvolvidos para se fazer a extração do minério. De acordo com especialista, a mudança na empresa diminui sobremaneira os riscos de acidentes.

No que diz respeito às mortes em minerações, o coordenador da comissão permanente do setor mineral da Superintendência Regional do Trabalho e do Emprego de Minas Gerais, Mário Parreiras de Faria, afirmou em entrevista ao jornal: “Com base nos últimos dados, de 2017, para cada grupo de 100 mil empregados, a taxa é de 5,57 óbitos para todas as atividades. Na mineração, ela é de 14,81 mortes”.

 

4 Comentários

  1. ABSURDO QUE ESSAS MINERADORAS LIDERADAS PELA VALE S/A CONTINUEM A MATAR PESSOAS, POLUIR E ACABAR COM OS MANANCIAIS DE ÁGUA. Cadê POLÍCIA, MP, CODEMA, FEAM, COPAM e outros Órgãos de controle ambiental mantidos COM OS IMPOSTOS QUE PAGAMOS e que tem a obrigação legal de agir quando são demandados: IGAM, Comitê da Bacia do Rio das Velhas, Subcomitês das bacias dos Rios, IEF, IBAMA, ICMBio, MPMG, e outros? Será que nenhum destes Órgãos vai resolver as questões desta mineradora que matou centenas de pessoas e nascentes de água em Mariana, Itabirito, Moeda e Brumadinho?

  2. Logo após o segundo acidente o Schvartsman anunciou que irá DESCOMISSIONAR 10 barragens, aquelas que foram interditadas por altíssimo risco. Ele não divulga que “DESCOMISSIONAR” significa reprocessar o “rejeito” estocado há 30, 40 anos com altos teores de ferro. Antigamente os processos ineficazes de concentração geravam rejeito muito rico em ferro. Esta estratégia “brilhante” reprocessará o material moído contendo Oleato de Sódio e Amido, recuperando minério rico, mantendo minas interditadas em operação gerando lucro! Órgãos de controle e imprensa são mal informados ou coniventes!

  3. Desde que era eu um molecote andejo que vivua a estripuliar entre o Bação e os Portões que o rio Itabirito tinha a alcunha de “Vermelho”. Nenhuma autoridade das muitas que sugam o erário com seus auxílios isso-e-aquilo jamais tomou séria providência, a julgar pelo tom laranja-lama que toma suas águas principalmente (mas não somente) nas estivais. Rio morto, não se vê um lambari. Alguém se atreve a se banhar? O que diria o nobre MP sobre isso?

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