Cachoeira do Campo: programa de recuperação da bacia do Rio Maracujá é destaque na TV Globo

O Programa de Conservação e Produção de Água na sub-bacia do Rio Maracujá, que se dedica a recuperar o curso de água que nasce no distrito de Cachoeira do Campo, em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, foi destaque no Jornal Hoje, telejornal da TV Globo.
Recém-lançado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH Rio das Velhas), no dia 21 de março, no próprio distrito, o programa tem como missão maximizar o potencial de produção de água ns sub-bacia hidrográfica da região.
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TV Globo mostra situação crítica do rio
Uma reportagem do Jornal Hoje exibida nessa quinta-feira (13) mostrou que um grupo de pesquisadores e ambientalistas está trabalhando no projeto para revitalizar o Rio Maracujá. Em alguns trechos, o rio se assemelha a um córrego seco e, em outros, é utilizado como depósito de lixo e esgoto. No entanto, o Rio Maracujá, que marcou o caminho dos primeiros bandeirantes no século XVII, nem sempre foi assim.
O líder indígena e historiador Danilo Borum-Kren, cacique do povo Borum-Kren, afirmou à reportagem do Jornal Hoje que sua avó dizia que o rio era limpo antigamente e que as pessoas tinham o hábito de frequentar o local para nadar. “As pessoas tinham o costume de vir para se banhar e para pescar. Tinha também uma cachoeira muito bonita e que era um ponto onde as pessoas vinham para se encontrar. E hoje, já não existe”, disse.
Um dos principais problemas na região é a presença de voçorocas, que contribuem para o assoreamento do Rio Maracujá. Essas voçorocas muitas vezes são causadas pela má utilização do solo. Como consequência, toda a terra acaba indo para o rio.
Thiago Batista Campos, gerente de projetos da agência Peixe Vivo, disse à TV Globo que: “a calha dos rios tem a função de conduzir água. Quando os sedimentos acessam as calhas desses rios, a capacidade de conduzir água é reduzida. Isso vai reduzir a água disponível para abastecimento de cidades e também para a produção de energia elétrica.”
O Rio Maracujá é um dos afluentes do Rio das Velhas, que passa por várias cidades mineiras, incluindo Itabirito, Rio Acima, Nova Lima e Belo Horizonte. O Rio das Velhas, por sua vez, deságua no Rio São Francisco e é de grande importância para o abastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No entanto, atualmente, cada vez menos água é vista, principalmente devido à degradação dos distritos de Ouro Preto.
Segundo Ronald de Carvalho Guerra, coordenador-geral do Subcomitê Nascentes, em relato ao Jornal Hoje, a degradação se deve a processos minerários, principalmente mineração de topázio. “Degradada também pela própria passagem da ferrovia Vitória – Minas e pela poluição de esgoto, porque pega as áreas urbanas e onde não há tratamento de esgoto”, informou.
Com o objetivo de reverter essa situação, pesquisadores e ambientalistas estão trabalhando no projeto para revitalizar os rios da região. A iniciativa envolve a realização de estudos e a implementação de ações para recuperar a qualidade da água e a biodiversidade dos rios. Com o sucesso do projeto, espera-se que os rios em Ouro Preto voltem a ser fonte de vida e desenvolvimento para a região.
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