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Professor alvo de acusações de assédio em Itabirito é denunciado por ex-aluna em Ouro Preto

Uma ex-aluna do professor que recentemente foi alvo de 12 acusações de assédio sexual na Escola Estadual Professor Tibúrcio, em Itabirito, registrou um boletim de ocorrência nesta terça-feira (24), em Ouro Preto, na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), da  Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o acusando de praticar o mesmo crime relatado pelas estudantes de Itabirito.

A jovem em questão, que hoje tem 19 anos, é moradora de Ouro Preto. Dos 12 aos 17 anos, ela teve aulas de uma modalidade de arte marcial com o suspeito, tanto na cidade de Itabirito, como nos distritos ouropretanos de Amarantina e Cachoeira do Campo.

O Sou Notícia teve acesso ao boletim de ocorrência registrado pela possível vítima. A jovem afirma que o treinador teria passado a mão em seu corpo, tocando suas partes íntimas e chegando a esfregar o corpo no corpo dela.

A denunciante também conversou diretamente com nossa equipe sobre a situação. Segundo a jovem, os episódios de assédio começaram logo após o início de seu treinamento com o suspeito, quando ainda era uma adolescente de 12 anos. No começo, os comportamentos inadequados, como afirma a possível vítima, incluíam toques não consentidos e comentários de teor sexual. A vítima acredita que, ao não reagir de imediato a essas investidas inapropriadas, o agressor sentiu-se encorajado a aumentar a frequência e intensidade das ações.

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As atitudes do treinador, de acordo com o relato da jovem, incluíram toques físicos e comentários inapropriados sobre sua vida pessoal, invadindo sua privacidade e criando um ambiente de desconforto. O professor teria chegado ao ponto de questionar detalhes íntimos da vida da jovem, sob o pretexto de ser importante para seu desempenho na modalidade de arte marcial que ela praticava.

A jovem que se apresenta como vítima destacou que, quando cortou o cabelo, o treinador teria feito um comentário sexualmente sugestivo, demonstrando um padrão de comportamento inaceitável e prejudicial à sua integridade e autoestima. Na època, a jovem já tinha 16 anos e o suspeito teria dito que não gostou do novo corte de cabelo e que o namorado da jovem não teria como pegar ela por trás pelos cabelos.

Já no histórico da ocorrência realizada na Polícia Civil, a jovem afirma que o professor criava aulas de flexibilidade somente para as meninas e que ele sentava entre as pernas das alunas, chegando a esfregar sua genital na genital das menores, em uma posição supostamente semelhante  a posições sexuais.

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A jovem também relatou à Deam de Ouro Preto que o suspeito pedia para as alunas ficarem apenas de calcinha e sutiã quando ia fazer a pesagem delas, o que é proibido a menores, inclusive em competições oficiais da modalidade.

A última situação desconfortável com o treinador, segundo as alegações que se encontram no boletim de ocorrência, teria ocorrido em abril de 2022, quando o suspeito teria proferido xingamentos sobre os pais da jovem e, ainda, teria passado novamente as mãos no corpo da aluna.

A jovem alega que, ao completar 17 anos, resolveu parar com as aulas que tinha com o treinador e não informou ninguém sobre o ocorrido, pois tudo ainda estava muito intenso para ela.

Todavia, em desabafo ao Sou Notícia, a jovem conta que, após um período, resolveu relatar as situações pelas quais teria passado à companheira do suspeito. No dia 26 de julho de 2022, a possível vítima encaminhou mensagens de texto para a esposa do indivíduo apontado como assediador e narrou os episódios de assédio.

A jovem conta que chegou a se encontrar com a esposa do suspeito dias depois e que a mulher teria afirmado que também não concorda com a situação. Na época, nada teria sido feito em prol da relatante.

Já nesta terça-feira, após tomar conhecimento sobre as acusações das 12 adolescentes que estudam na Escola Estadual Professor Tibúrcio, a jovem se sentiu encorajada e registrou o boletim de ocorrência contra o suspeito de assédio. Portanto, até o momento, o Sou Notícia tem conhecimento de 13 relatos apontando situações de assédio envolvendo o professor.

Acusações em Itabirito

Um professor da Escola Estadual Professor Tibúrcio foi afastado de suas funções após ser acusado de assédio sexual por 12 alunas, quase todas menores de 14 anos. Em uma reunião realizada nessa segunda-feira (23), os pais das alunas foram informados sobre os procedimentos adotados pela escola. Os relatos das alunas foram coletados e estão disponíveis para a Justiça, mas o conteúdo não foi divulgado devido ao sigilo da investigação da Polícia Civil de Minas Gerais.

Os pais elogiaram a postura da escola e do diretor, Fabrício Guilherme Gonçalves e Conceição, diante da situação. As medidas apropriadas foram tomadas, e os pais estão satisfeitos com a abordagem da escola. Eles também procuraram o Conselho Tutelar e registraram o caso na Delegacia de Polícia Civil de Itabirito.

A Superintendência Regional de Ensino de Ouro Preto informou que está acompanhando a situação e deu orientações à escola sobre os procedimentos a serem seguidos. O professor acusado foi afastado de suas funções enquanto a investigação está em andamento, conforme pedido da escola.

A Polícia Civil de Minas Gerais está investigando o caso sob sigilo, devido à participação de menores de idade.

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