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Vereador Pastor Anderson do Sou Notícia aborda polêmicas e desafios em entrevista na Rádio Real FM

O vereador Pastor Anderson do Sou Notícia (MDB), atual presidente da Câmara de Itabirito, esteve presente em uma entrevista na Rádio Real FM nesta quarta-feira, 17 de janeiro de 2024. Durante a conversa no programa Real Entrevista, o político abordou algumas polêmicas que envolveram seu mandato, oferecendo transparência e esclarecimentos à comunidade local.

Prática do “grau” e critica aos rolezinhos em via pública

Conhecido por seu engajamento em questões relacionadas ao esporte radical e trilhas, o vereador se pronunciou sobre a polêmica prática do “grau” e os rolezinhos de motoqueiros que têm causado tumultos em vias públicas da cidade.

Durante a entrevista, o vereador esclareceu sua posição em relação à prática do “grau”, onde o piloto empina a motocicleta, deixando a roda dianteira no alto enquanto se equilibra na traseira. O político afirmou apoiar o esporte radical, comparando-o ao bungee jump, mas destacou a importância de realizá-lo em locais seguros e regulamentados.

Pastor Anderson ressaltou que apresentou um Projeto de Lei na Câmara, em conjunto com os vereadores Lucas do Zé Maria (MDB) e Márcio Oliveira (Cidadania), que são da base do governo Orlando, para regulamentar a prática do “grau” em locais específicos, aprovados pelas leis municipais e federais. Ele ressaltou a necessidade de um ambiente seguro para a prática desse esporte e mencionou que uma experiência recente, o evento Motocando na Área da Julifest, não foi bem-sucedida devido ao barulho e ao local inadequado.

Ao abordar a questão dos rolezinhos em via pública, o vereador se mostrou veementemente contrário, destacando a importância de fiscalização e punição rigorosa de acordo com a lei. Ele enfatizou que, apesar de seu apoio à regulamentação do “grau”, isso não significa aprovação para práticas ilegais nas ruas.

“Se tiver uma pista para as pessoas terem seu direito de empinar a moto é bacana, porque o esporte é legal, mas em via pública não dá. Se eu flagrar algo do tipo, chamo a polícia. Não podemos aceitar esse tipo de coisa. Temos que fazer uma campanha: ‘Não Empine Moto em Via Pública’; ‘Não Pratique o Grau em Via Pública’; isso é crime”, declarou o vereador.

O posicionamento do político visa equilibrar a promoção de esportes radicais de maneira segura e legal, enquanto condena atividades que comprometem a segurança e o bem-estar da comunidade.

Polêmica com o rapper FBC

Outro tópico abordado na entrevista foi a polêmica envolvendo a apresentação do rapper FBC durante o carnaval de Itabirito em 2023. Na época, o vereador manifestou sua preocupação quanto ao conteúdo das músicas do artista, que faziam apologia contra a polícia e em favor das drogas. A Prefeitura, por meio da Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo, havia contratado o rapper para integrar a programação do Itabirito Folia 2023.

Pastor Anderson relembrou que, após receber informações sobre o repertório do rapper, enviou um ofício à Secretaria e ao prefeito, solicitando uma reavaliação da contratação. Ele expressou sua inquietação com as letras que considerava “pesadas”, abordando temas como sexo, drogas e assassinato.

Na entrevista, o vereador destacou sua liberdade de expressão e afirmou que o carnaval abriga diversos estilos musicais, mas ele se posiciona contra conteúdos que considera prejudiciais à comunidade. “Quando eu me manifestei contra a apresentação do FBC no carnaval, vieram lacrar nas redes sociais. A música fala sobre sexo, droga e assassinato. Aquele tipo de música na cidade na qual estou hoje à frente do Parlamento, tenho liberdade constitucional para repudiar. Algo meu ver, não é benéfico”, explicou.

A apresentação ocorreu sem a execução das músicas polêmicas, e a presença da Polícia Militar no evento foi mencionada pelo vereador como parte do sucesso da abordagem. “Ele se apresentou, não tocou a música, a Polícia Militar estava lá assistindo o show e deu certo”, concluiu o vereador.

Projetos

O vereador Pastor Anderson falou sobre suas perspectivas sobre dois projetos polêmicos apresentados por ele na Câmara Municipal, discutindo temas sensíveis como linguagem neutra e o Dia do Orgulho Hétero.

Sobre o projeto contra linguagem neutra nas escolas, o vereador expressou sua preocupação quanto à gramática do português brasileiro. “Ensinar dentro de uma escola os pronomes neutros, a linguagem neutra, isso não está dentro da gramática do português brasileiro. Tinha um movimento pequeno de propagar a linguagem neutra nas escolas e nós cortamos antes de alastrar”, afirmou.

Quanto ao projeto do Dia do Orgulho Hétero, o vereador explicou que, apesar de ter enfrentado resistência, optou por retirar o projeto de pauta democraticamente. “A Constituição diz que todos nós somos iguais perante as leis. Então, me senti no direito, pois já tem o Dia do Orgulho Gay, Dia da Consciência Negra, então, enquanto hétero, quis apresentar o Dia do Orgulho Hétero”, destacou.

Multifacetada atuação como pastor, empresário, vereador e repórter

O vereador, que acumula as funções de pastor evangélico, empresário, vereador e repórter, compartilhou sua perspectiva sobre os desafios e complexidades de sua atuação multifacetada, abordando temas sensíveis como religiosidade, preconceito e a importância de uma gestão inclusiva.

“É um desafio enorme. A religiosidade é um problema no mundo. Foi em nome de Deus que explodiram as Torres Gêmeas nos Estados Unidos. A religiosidade engessa a democracia. Hoje, no Brasil, estamos vivendo uma guerra cultural”, afirmou.

Ele relatou enfrentar preconceitos por ser pastor e vereador, mencionando críticas que muitas vezes se baseiam em estereótipos. “Sofro preconceito por ser pastor e vereador, porque quando falta argumento, falam: ‘pastor não pode fazer isso’. Eu sou pastor, mas não sou idiota. Sou pastor, mas não posso deixar de curtir meu esporte radical, porque eu gosto de trilha. Sou pastor e posso ir à Julifest, porque é uma festa cultural. Posso ir ao carnaval para fiscalizar”, explicou.

Pastor Anderson ressaltou sua postura inclusiva, destacando que não foi eleito apenas pelos evangélicos e que busca governar para todos os cidadãos de Itabirito. Ele evidenciou projetos que beneficiaram diretamente a comunidade católica, exemplificando com uma emenda impositiva de R$ 100 mil destinada à Paróquia de São Sebastião.

Sobre a participação e apoio a eventos como a Parada LGBTQIAPN+, o vereador enfatizou a importância de verificar a regularidade e prestação de contas das organizações. Ele criticou a administração de uma Ong local por supostas irregularidades e ressaltou seu compromisso em governar para todos, independentemente de orientação religiosa ou sexual.

Confira a entrevista:

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