A Agência Nacional de Mineração determinou a retirada de cerca de 500 pessoas das comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, todas em Barão de Cocais na Região Central de Minas Gerais, por causa da Barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, da Vale. Os moradores saíram de casa na madrugada desta sexta-feira (8), por volta de 1h, após sirenes serem acionadas.
De acordo com a mineradora, a consultoria Walm negou a Declaração de Condição de Estabilidade da estrutura. A partir daí, a empresa começou a executar o nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração. Já a Prefeitura de Barão de Cocais disse que a Agência Nacional de Mineração ampliou para o nível 2, mais próximo da possibilidade de rompimento.
De acordo com a Vale, a produção de minério de ferro da mina de Gongo Soco está paralisada desde abril de 2016.
Foto: Globocop
A Barragem Superior Sul está entre as dez que a Vale pretende eliminar. Ela foi construída pelo método de “alteamento a montante”. Considerado ultrapassado e menos seguro do que outras alternativas existentes, ele é o mesmo usado na construção de barragens que se romperam em Mariana, em novembro de 2015, e em Brumadinho, em 25 de janeiro deste ano.
Moradores do povoado de Pinheiros, em Itatiaiuçu, Região Metropolitana de Belo Horizonte, também foram retirados de suas casas na madrugada. Ao todo, cerca de 50 famílias foram levadas para um hotel em Itaúna, na Região Centro-Oeste do estado. De acordo com a Polícia Militar, o pedido de apoio da retirada veio da Defesa Civil, que alertou para o risco de rompimento da barragem. O povoado de Pinheiros fica a 1,5 quilômetro da barragem.
Foto: Google/Reprodução
“Como medida de segurança, a Vale está intensificando as inspeções da barragem Sul Superior. Também será implantado equipamento com capacidade de detectar movimentações milimétricas na estrutura”, diz a nota da Vale. Uma nova avaliação da barragem será realizada neste domingo (10).
As barragens que serão desativadas ficam em complexos amplos de mineração da Vale, alguns deles em divisas de municípios, com operações em mais de uma cidade.
Em entrevista ao Bom Dia Minas, o secretário de Comunicação de Barão de Cocais, Mardem Chaves, disse que a retirada atinge os moradores de comunidades, que ficam cerca de 2km da barragem, que está desativada. Ele reafirmou que algumas pessoas ainda estão sendo levadas ao Ginásio Poliesportivo.
O secretário ainda reafirmou que os moradores foram retirados em ônibus da própria empresa. A operação conta com apoio da Polícia Militar e das defesas civis Municipal e Estadual. O plano de emergência foi protocolado na Defesa Civil Municipal e a região da retirada dos moradores está seguindo esse previsão.
Eu sou um ambientalista por princípio. Sou Técnico de Mineração (ETFOP) e Engenheiro de Minas (UFMG), com mais de 37 anos de experiência no segmento e como membro do COPAM-URC Norte de Minas, que abrange uma região com 83 municípios, do CODEMA da cidade de Montes Claros – MG e do Conselho do Parque Estadual da Lapa Grande – IEF, o maior parque urbano de Minas Gerais. Estudo e pratico a Legislação Ambiental como rotina. Sou natural de Itabirito e por isto me sinto acima de tudo na responsabilidade, como itabiritense, de tratar do assunto num momento tão importante para a minha cidade. A VALE S/A não tem demonstrado que prática o que divulga, o que assume como compromisso e que seria sua responsabilidade socioambiental. Não preciso recordar o caso emblemático de Mariana, município que tem praticamente as mesmas características de Itabirito. Os defuntos de Mariana ainda estão gritando, não foram enterrados (pessoas e natureza). Não sei se você é itabiritense também, mas lembre-se de que Itabirito nunca se esquecerá das barragens da Itaminas e da Herculano, onde muitos de seus filhos morreram e lá continuam enterrados. O mesmo empresário dono da Itaminas, comprada pela Vale S/A, hoje é dono do museu de Inhotim, portanto construído com o sangue de muitos conterrâneos. Portanto, se este for o preço que a cidade terá que pagar para viver da mineração, entendo que é um preço muito alto. Pergunte aos concidadãos quem morreria em uma mineração para manter os empregos temporários dos outros, já que mineração só dá uma safra… será que alguém se habilitaria? Vejam a situação de Itabira onde a VALE S/A estará fechando as minas nos próximos anos!
A Separação ou concentração do minério de ferro é feita utilizando-se um processo gravimétrico (separação por densidade) e para isto o processo chamado Flotação ou uso de bolhas de ar insufladas na polpa formada por finos de minério e material oleoso ou espumante (Oleato de Sódio e amido de milho) com aeração da polpa. Com isto se separa a sílica e outros contaminantes do minério de ferro. Porém os aditivos ficam no rejeito depositado nas barragens que NUNCA SE COMPACTAM. Isto significa que são barragens de material semilíquido. Este é o grande problema. O rejeito deveria ser seco a temperaturas superiores a 200°C antes de ser depositado.
Minério de Ferro: Métodos de Concentração Flotação – uso de material oleoso ou espumante (Oleato de Sódio e amido de milho);
Separação por aeração. Os aditivos utilizados são depositados nas barragens de rejeito junto com a sílica, a alumina e os contaminantes que continuam atuando por tempo indeterminado e mantendo os materiais depositados nas barragens numa condição de “polpa”, atrapalhando a sua sedimentação adequada no fundo das barragens. Esta sedimentação expurgaria a água e tornaria os maciços mais estáveis.
Uma parcela é aproveitada na pelotização, mas a parcela mais fina e mais contaminada com material terroso, oleoso, com amido e contaminantes é gerada em grandes volumes e não tem destinação que gere lucro para as empresas e custaria caro para secar à temperaturas que eliminassem os materiais. Mas nos licenciamentos das plantas deveriam constar Condicionantes que obrigassem as empresas, citando apenas um exemplo, a desaguar e secar o material antes de descartar, ou seja, o material poderia ser compactado e revegetado, coberto com material orgânico ou colocado fora dos vales como destinação final. Isto reduziria imensamente os riscos!! Mas “A USURA DESSA GENTE JÁ VIROU UM ALEIJÃO!” (Gil), Isto vale para a VALE S/A e para os Órgãos ambientais que são responsáveis pelos Licenciamentos e Controle Ambiental das mineradoras! País maldito! Empresários Corruptos! Órgãos de Controle comprados!!!
Mais um recado para os Órgãos de Controle Ambiental de Itabirito, deste Estado e deste País! Órgãos que não existem na prática ou são só cabides de emprego: a VALE S/A tem feito o que quer com os cursos d’água em Itabirito. O Rio Itabirito já está morto há anos. Os seus contribuintes, dentre eles o tão importante e combalido Córrego Seco que abastece boa parte da cidade de Itabirito, que por sua vez era contribuinte do Córrego da Carioca. Ambos estão agonizantes. Exatamente onde está a ETA que abastece boa parte da cidade está secando, só corre água nos períodos chuvosos e quando corre derrama o sangue vermelho das entranhas da nossa terra, da natureza tão bonita da região do Pico do Itabirito e da Estação Ecológica de Arêdes em seu leito! Que país é este? Que leis são estas? Afinal quem manda nessa Zorra? Então VALE tudo? Uma empresa acha que pagar Royalties pela exploração mineral lhe dá o direito de deixar o povo sem água e sem vida, uma cratera para enterrar seus mortos no futuro? Empresa maldita, sem princípios e sem valores, que não se preocupa com a comunidade onde está inserida. A VALE S/A considera que arrumar empregos para os cidadãos itabiritenses é tudo e basta. Com isto ela pode degradar, poluir, esbulhar as propriedades e toda a natureza que resiste bravamente em sobreviver! Vão fazer isto nas suas casas Senhores Acionistas desta empresa, a maior mineradora do mundo e que não está nem aí para Itabirito! O mundo inteiro, os compradores de minério da VALE S/A deveriam saber destas atitudes da empresa. Só não interessa à China, que é uma raça pior ainda. Os porcos se beijam! Querem o retorno do capital aplicado em ações das empresas e o resto que se dane. Não se esqueçam de que a terra e a natureza não tem fronteiras e com certeza um dia haverão de chorar pelo desastre irremediável que estão preparando para nossa querida Itabirito. Os empregados da VALE S/A em todas as minas da empresa se borram ao pensar em criticar as degradações ambientais que eles sabem que acontecem nesta maldita empresa. É a chantagem que substituiu a chibata da escravidão, o medo de perderem os seus empregos. Empregos que são trocados por migalhas e submissão! Isto me dói porque se contabilizarmos o lucro que esses crápulas já tiraram da nossa cidade daria para reverter uma parcela significativa da degradação que causaram no Pico de Itabirito e nas outras minas matando as nascentes de água, seria suficiente para manter o meio ambiente em equilíbrio. País maldito! Empresários covardes! Políticos safados! Mesmo uma pequena parte já seria a solução, mas a usura dessa gente já virou um aleijão (Gil)!