Rufo Herrera, fundador da Orquestra Ouro Preto, recebe homenagem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais
Aos 90 anos de idade, dos quais 60 foram vividos no Brasil, o renomado argentino Rufo Herrera, conhecido por sua maestria no bandoneon, foi homenageado com grande emoção pela Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira. Rufo Herrera recebeu votos de congratulações e saudações calorosas de parlamentares e colegas das artes em reconhecimento a sua extraordinária contribuição para a música e a cultura.
A deputada Lohanna (PV), vice-presidente da comissão e autora do requerimento de homenagem, destacou a notável trajetória de Rufo Herrera, nascido em Córdoba, Argentina, em 1933, e o descreveu como “um argentino de alma mineira”. A deputada ressaltou a chegada de Herrera a Minas Gerais em 1976, quando participou do Festival de Inverno em Ouro Preto, cidade que adotou como seu lar.
Entre as muitas realizações de Herrera, a deputada mencionou a criação da Orquestra Experimental de Ouro Preto, que mais tarde foi incorporada pela Universidade Federal. O maestro da orquestra, Rodrigo Toffolo, presente na homenagem, enfatizou a importância da contribuição de Rufo Herrera para a música, afirmando que “não se pode deixar de ouvir Rufo Herrera”. O prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, também prestou homenagem ao artista e sua influência na cidade.
Berenice Menegale, pianista que atuou no Festival de Inverno de 1976 como diretora da Fundação de Educação Artística de Minas Gerais, ressaltou que, devido à presença de Herrera em Minas, o estado possui hoje o maior acervo brasileiro de partituras de compositores latino-americanos. Graças a sua influência, foram realizados quatro encontros na área de integração latino-americana, promovendo a cultura e a música da região.
Rufo Herrera compartilhou sua trajetória, desde os anos em São Paulo, onde adquiriu uma formação profissional rigorosa, até sua passagem pela Bahia, onde se encantou com a arte. Ele também viveu por algum tempo no Rio de Janeiro, mas revelou que seu temperamento não se encaixava muito bem na cidade carioca. No entanto, em Minas Gerais, Rufo Herrera sentiu uma conexão profunda, caracterizando o mineiro como “pé de boi”, sempre constante.
O artista também mencionou o atual momento de intensa atividade mental, próximo à estreia de “Matraga – Ópera Mineira”, uma obra com libreto e música de sua autoria. Emocionado, ele agradeceu pela homenagem na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, destacando que a emoção só cresce com a idade.
A homenagem a Rufo Herrera na ALMG ressalta seu impacto duradouro na música e na cultura em Minas Gerais e no Brasil, enriquecendo a herança artística da região.