Uma nova espécie de árvore, a Mollinedia fatimae, foi recentemente identificada no município de Ouro Preto, na região do Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais. A descoberta ocorreu durante uma expedição do Plano de Ação Territorial (PAT) Espinhaço Mineiro, que é coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) no âmbito do Projeto Pró-Espécies.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), liderados pelo pesquisador Danilo Alvarenga Zavatin, com a colaboração de Renato Ramos, Mauricio Takashi Coutinho Watanabe, Luciano Gonçalves Pedrosa e Elton John de Lírio, realizaram a descoberta. A Mollinedia fatimae é considerada uma espécie endêmica, ou seja, encontrada apenas na região do Quadrilátero Ferrífero, e já está classificada como criticamente ameaçada de extinção.
A importância dessa descoberta reside na valorização da biodiversidade da região e na necessidade de preservar ecossistemas frágeis. O nome da nova espécie, Mollinedia fatimae, foi escolhido em homenagem à professora e doutora Fátima Otavina de Souza Buturi, que inspira e orienta estudantes de botânica no Brasil.
A Mollinedia é uma família de arbustos, árvores e cipós, predominantemente encontrados em florestas tropicais. A Mollinedia fatimae é particularmente significativa porque é a primeira espécie endêmica da família Monimiaceae a ser descrita no Quadrilátero Ferrífero.
O Quadrilátero Ferrífero, localizado em Minas Gerais, destaca-se por sua diversidade de plantas e espécies endêmicas. É uma área de transição entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado, abrigando uma variedade de tipos de vegetação, incluindo a vegetação de afloramento de ferro conhecida como “canga.”
Infelizmente, a Mollinedia fatimae já está sob ameaça, principalmente devido aos incêndios na região, que aumentaram em frequência. Esses incêndios representam uma ameaça significativa para a sobrevivência da espécie, especialmente nas áreas de transição entre a floresta e as formações abertas.
A nova espécie, Mollinedia fatimae, foi encontrada em florestas sazonais semideciduais em regiões montanhosas a altitudes que variam de 1.354 a 1.673 metros. Sua ocorrência na zona de contato entre floresta e vegetação de “campo rupestre” destaca ainda mais sua singularidade e vulnerabilidade a incêndios.
Essa descoberta enfatiza a importância da conservação e da proteção dos ecossistemas e da biodiversidade do Brasil, especialmente em áreas sensíveis como o Quadrilátero Ferrífero.
