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Indústria de MG caiu 9,7% em fevereiro após tragédia de Brumadinho

A tragédia da barragem da Vale em Brumadinho (MG) pode ter efeitos prolongados nas indústrias de minério de ferro, alertou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira, 9, em relatório que rebaixa a projeção de crescimento do Brasil para 2019. “O colapso terá ramificações para a indústria, que pode experimentar uma parada prolongada das operações em algumas minas de minério de ferro e uma desaceleração de novos projetos”, destaca o documento “Perspectiva Econômica Mundial”, publicado no período da manhã.

O FMI observou que o rompimento da barragem em brumadinho ocorrido no dia 25 de janeiro, já afetou o mercado internacional de metais, provocando “aumento acentuado” nos preços do minério de ferro. Entre fevereiro deste ano e agosto do ano passado, as cotações subiram 28,8% por problemas na oferta nas maiores mineradoras do mundo.

O FMI estima que seu índice de metais de base deve ter alta de 2,4% em 2019, mas em 2020 deve cair 2,2%. Sobre as previsões para seu índice de metais, o Fundo alertou que uma desaceleração mais rápida da economia mundial e uma diminuição do crescimento da China podem levar as revisões para baixo no número. Já um aumento da demanda pela China pode provocar elevação da estimativa.

“Contudo, os preços dos metais se recuperaram desde então, puxados pelas expectativas de estímulos fiscais na China e uma melhora da confiança no mercado global, combinado com um aumento acentuado dos preços do minério de ferro por conta do desastre da barragem em Brumadinho”, destaca o FMI.

O rompimento da barragem de Brumadinho (MG) provocou queda de 9,7% na indústria do Espírito Santo e de 4,7% na de Minas Gerais na passagem de janeiro para fevereiro. Esses foram os dois Estados com maiores recuos na produção industrial no período, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outros locais com queda na produção industrial de janeiro para fevereiro foram Goiás (-2,6%), Rio de Janeiro (-2,1%), Rio Grande do Sul (-1,4%) e Pará (-0,1%).

Ao mesmo tempo, nove dos 15 locais pesquisados pelo IBGE tiveram alta na produção: Bahia (6,5%), Região Nordeste (6,2%), Pernambuco (5,9%), São Paulo (2,6%), Mato Grosso (1,7%), Amazonas (1,5%), Paraná (1,1%), Ceará (1,1%) e Santa Catarina (0,5%). Na média nacional, a indústria cresceu 0,7%.

Outras comparações

Na comparação com fevereiro de 2018, a produção industrial avançou em dez dos 15 locais pesquisados, com destaque para Pará (12,7%) e Paraná (10,8%). Mato Grosso e Região Nordeste mantiveram-se estáveis.

No acumulado do ano, houve perdas em sete dos quinze locais pesquisados, com destaque para o Espírito Santo (-6,2%). Dois locais mantiveram-se estáveis (São Paulo e Minas Gerais) e seis tiveram alta. O maior avanço ocorreu no Paraná (10,3%).

Já no acumulado de 12 meses, oito dos 15 locais tiveram alta. A maior delas foi constada no Pará (9,1%). São Paulo mantém-se estável. Seis locais apresentaram queda. Goiás acumula a maior perda: -4%.

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