Moradores de Barão de Cocais convivem com medo de rompimento de barragem

A população de Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, não sabe quando a vida vai voltar à normalidade. Há mais de 150 dias, a cidade vive em um clima de medo. Desde que o nível de segurança da barragem Sul Superior, na Mina Gongo Soco, da Vale, foi alterado para o índice 2, em 8 de fevereiro, a população está apreensiva com o risco de mais um desastre ambiental.
Desde que a primeira sirene tocou na cidade, avisando os moradores sobre um possível risco de rompimento da barragem, Maxwell Andrade não dorme direito. Apesar de não morar na chamada “zona de autossalvamento”, a casa onde ele vive com a mulher e a filha pode ser atingida pela lama por estar na zona secundária.
Desde maio, quando a barragem entrou em nível crítico com a possibilidade de rompimento do talude, o comércio foi afetado e agências bancárias fecharam. Até hoje, algumas dessas agências permanecem fechadas e os bancos têm oferecido transporte para que os correntistas sejam atendidos na cidade vizinha de Santa Bárbara.
Até o momento, o comércio não voltou ao ritmo normal. A economia da cidade também foi afetada pela redução de arrecadação de impostos.
De acordo com a Prefeitura de Barão de Cocais, esse prejuízo total não é possível de mensurar. Mas, com a paralisação das atividades da mina Gongo Soco, o município já perdeu, neste ano, cerca de R$ 1,5 milhão somente em relação à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), que é um imposto que incide na atividade minerária.
Insegurança e exaustão
Mas a principal angústia da cidade é não saber o que vai acontecer. Alguns moradores da Zona de Segurança Secundária (ZSS) estão inseguros, com medo de não conseguirem sair de casa em caso de rompimento.