Ouro Preto: Casarão Baeta Neves passa por acompanhamento arqueológico

Em 19 de julho, foi realizada uma visita técnica ao local onde era estabelecido o histórico Casarão Baeta Neves. A primeira construção neocolonial de Ouro Preto foi atingida pelo deslizamento da encosta do Morro da Forca em 13 de janeiro de 2022, após um longo período de chuva. No momento, o espaço passa por um acompanhamento arqueológico de modo a tentar resgatar partes do Casarão e recuperar a identidade e memória do local. A ação visa a preservação cultural da histórica construção e a educação patrimonial, a partir de um possível memorial.
“O que nós vimos aqui é um número maior de objetos importantes para arquitetura neocolonial que estão sendo recuperados, esses objetos serão exibidos em uma grande exposição do que foi o Solar Baeta Neves, possivelmente distribuídos em algumas construções do município”, declara a secretária de Turismo e Cultura, Margareth Monteiro.
O trabalho de arqueologia histórica que está sendo feito está recuperando vários fragmentos de detalhes que reconstituem, de certa forma, o que foi esse grande edifício. A edificação possuía características construtivas muito peculiares, como pisos em marchetaria, ladrilho hidráulico que era muito comum no século XIX e o teto de madeira feito a mão. Segundo a restauradora Raquel Costa, “está sendo feito o resgate dos elementos artísticos e a verificação do que é de valor histórico artístico ou estrutural. Os materiais vão para o canteiro e estabelecemos um fluxo para que o trabalho seja mais dinâmico e eficiente. Então elas são resgatadas e levadas para uma mesa onde são definidas se vão ser descartadas ou tratadas”.
O antigo Casarão Baeta Neves é uma construção setecentista de grande importância, já que ele foi levantado num período em que a Estação Ferroviária trazia muitos visitantes e mercadorias de fora. A movimentação nesta região fez com o que houvesse um interesse na aplicação da urbanização dessa área.
O prefeito Angelo Oswaldo relata que “esses fragmentos vão ser guardados e conservados como memória da história de Ouro Preto, não só do casarão, mas desse desastre que aconteceu no Morro da Forca. Esse cuidado é necessário; é uma imposição das normas patrimoniais de Ouro Preto, porque estamos de fato resgatando uma memória da cidade”.
A tentativa de resgate de parte do patrimônio, que era o Baeta Neves, caracteriza não somente a recuperação material, mas também na recuperação sentimental que a construção exercia entre ouro-pretanos.