Durante o programa Terça em Foco, a psicanalista Damares Martins, presidente do Instituto Florescer, abordou a importância do acolhimento e da orientação jurídica para mulheres em situação de vulnerabilidade. O instituto, segundo ela, presta um primeiro atendimento emocional e psicológico, além de contar com o suporte jurídico, que auxilia as vítimas a entenderem seus direitos.
Damares questionou o advogado Arlley Abelha sobre a caracterização jurídica da violência doméstica. Em sua resposta, o advogado criminal destacou a sutileza e persistência do abuso, que muitas vezes ocorre de forma silenciosa e prolongada:
“A violência doméstica é muito silenciosa. Quando a mulher identifica uma agressão psicológica, emocional ou mental, muitas vezes ela já está vivendo essa realidade há anos.”
Ele também mencionou a chamada “teoria do deserto”, uma metáfora para explicar como o agressor isola emocionalmente a vítima, fazendo-a acreditar que não conseguirá sobreviver sem ele:
“O abusador pega a esposa e vai caminhando pelo deserto. Ele oferece água, alimentação e proteção. No momento em que ela já está distante de tudo, ele diz: ‘Se você me abandonar, não terá nada’. Então, inconscientemente, muitas preferem sofrer a agressão a ficarem abandonadas. Mas, na realidade, elas não estão abandonadas, apenas não conseguem enxergar a saída.”
