Durante o programa Terça em Foco, a psicanalista Damares Martins levantou um tema de grande interesse público: os crimes cometidos nas redes sociais. Destacando a falsa sensação de impunidade no ambiente digital, ela questionou o advogado Arlley Abelha sobre os delitos mais comuns na internet.
“Hoje, doutor, tem muitos crimes acontecendo. A internet não é mais terra sem lei. Quais são os crimes mais comuns cometidos nas redes sociais?”, perguntou Damares.
Em sua resposta, Arlley ressaltou a falta de estrutura das delegacias para lidar com crimes cibernéticos, o que muitas vezes resulta na impunidade dos responsáveis:
“As delegacias de Polícia Civil não têm estrutura para investigar esse tipo de crime. Muitas vezes, a vítima procura a polícia, mas é orientada a voltar para casa, pois a delegacia não tem meios para conduzir a investigação. O tempo que se leva para transferir um caso para uma delegacia especializada pode ser suficiente para que as provas desapareçam.”
Sobre os crimes mais comuns, o advogado destacou a difamação, injúria e calúnia, que se tornaram ainda mais preocupantes devido à rápida propagação de informações na internet.
“Eu, como advogado criminalista, sou xingado todos os dias nas redes sociais. Me chamam de vagabundo, de bandido, porque não compreendem o papel da advocacia criminal. E isso acontece com muitas outras pessoas.”
Para ilustrar a irreversibilidade de uma informação falsa, Arlley citou São Tomás de Aquino:
“Se alguém espalha uma mentira, é como abrir um travesseiro de penas de ganso no alto de um penhasco. Depois, é impossível recolher todas as penas e restaurar o que foi destruído.”
