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Destruição de caverna em Ouro Preto leva Ministério Público a pedir suspensão de mineradora

A mineradora Patrimônio Mineração, responsável por atividades na Serra de Botafogo, em Ouro Preto, está no centro de uma Ação Civil Pública (ACP) movida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O promotor requer que a Justiça determine, com urgência, a suspensão imediata das operações da empresa na região, onde foi constatada a destruição de uma cavidade natural. As informações são do g1.

No dia 21 de março, imagens de drone registraram uma retroescavadeira avançando sobre a gruta localizada na comunidade de Botafogo. A aparência da cavidade, segundo especialistas, destoava das descrições contidas no estudo apresentado para licenciamento ambiental. Na mesma data, a arqueóloga Alenice Baeta e moradores da comunidade denunciaram o caso à Polícia Militar, o que levou à paralisação temporária das atividades da mineradora. Contudo, já na madrugada do dia seguinte, as operações foram retomadas, resultando no soterramento total da caverna.

A Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) denunciou a destruição da gruta à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), que, diante das evidências, embargou as atividades da mineradora no local. No relatório enviado às autoridades, a SBE apontou indícios de crime ambiental e destacou que a cavidade já constava em um estudo arqueológico e estava registrada no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Apesar disso, o relatório espeleológico apresentado pela empresa no processo de licenciamento ambiental omitia a existência da gruta.

A destruição da cavidade gerou revolta na população local. Na tarde do dia 22, moradores organizaram um protesto na BR-356, com apoio da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Instituto Guaicuy, Associação de Proteção Ambiental de Ouro Preto e outras entidades ambientalistas. Horas depois, novas imagens aéreas confirmaram a completa destruição da gruta.

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