
A reunião ordinária desta segunda-feira (28) na Câmara Municipal de Itabirito foi marcada por tensão e críticas. O vereador Dr. Edson (Republicanos), integrante da bancada de oposição, resolveu obstruir os trabalhos da Casa Legislativa ao invocar o artigo 84 do Regimento Interno, que estabelece o tempo máximo de três horas para as sessões ordinárias, com tolerância de quinze minutos.
O vereador Dr. Edson levantou-se e deixou o Plenário, acompanhado por Renê Butekus (PSD) e outros vereadores. Os demais edis permaneceram e foi aberta uma discussão acalorada sobre a postura dos colegas.
O vereador Pastor Anderson do Sou Notícia (PL) reagiu com firmeza. Em um discurso inflamado, Pastor Anderson criticou a oposição, classificando a atitude como “um teatro” que desrespeita a população de Itabirito. Segundo ele, projetos de grande relevância pública estavam na pauta da sessão, incluindo matérias dependentes do Executivo e a entrada da Lei Orçamentária Anual de 2026, essencial para o planejamento financeiro do município.
“Uma falta de respeito. Os vereadores aqui fazem teatro, depois… O mais importante aqui, na verdade, não é nem a palavra livre. O mais importante aqui é essa pauta que está na mão do presidente, que nós temos que votar, que é de interesse total e público. Mas faz o teatro, depois invoca o artigo 84, que o presidente tem prerrogativa para dizer que aceita ou não. Mas é um absurdo o que está acontecendo aqui. Vêm aqui, disseminam ódio no microfone, xingam fulano, beltrano, usam uma prerrogativa que é lícita, que é constitucional, que é o requerimento que nós votamos aqui, indicações que nós votamos aqui, projetos de leis que são importantíssimos, que dependem 100% do Executivo”, disse.
O vereador Pastor Anderson criticou a postura de alguns parlamentares, afirmando não saber “que mundo é esse que eles estão vivendo”. Segundo ele, são os mesmos que, às vezes, se posicionam contra o plano de saúde e depois querem utilizá-lo, além de questionarem a secretária de Saúde e posteriormente pedirem o desligamento dela. Para o vereador, seria necessário desligar alguns colegas que, na sua avaliação, não têm responsabilidade com a população de Itabirito. Pastor Anderson também afirmou que há vereadores que se dizem juristas, mas que demonstram desconhecimento sobre o que é respeito à população. Indignado, pediu ao presidente da Câmara, Márcio Juninho (Cidadania) que não acatasse o artigo 84, destacando que essa decisão é prerrogativa da presidência.
“Eu queria até agradecer o Max pela sua sensatez. E foi falado aqui nesse microfone hoje que quatro vereadores de oposição é que estão colocando a máquina pública para funcionar. Eu discordo dessas palavras, discordo completamente. Você é sensato, sua fala não é dura igual a minha, não, mas você é sensato. E que você não entre na pilha desses papagaios de plantão. Que você seja coerente. Porque o que nós colocamos em pauta para discutir aqui é o futuro de Itabirito, é o futuro dessa linda cidade que às vezes, infelizmente, está sendo obstruída”, disse o vereador Pastor Anderson.
Márcio Juninho, no entanto, decidiu respeitar o tempo regimental: “Vou acatar o artigo 84, porém vou deixar os vereadores falarem com respeito aos demais. Temos muitos projetos importantes, inclusive a entrada da LDO, e infelizmente isso atrasa o desenvolvimento da cidade”, declarou.
Com o encerramento da reunião, vários projetos de lei essenciais ficaram sem votação, comprometendo o andamento da agenda legislativa. Há expectativa de que uma reunião extraordinária seja convocada para suprir a paralisação e garantir a votação das matérias pendentes.