
O vereador Pastor Anderson do Sou Notícia (PL), na reunião da Câmara Municipal de Itabirito desta segunda-feira (05), levantou preocupações sobre o futuro econômico da cidade diante da evasão de empresas prestadoras de serviços à mineração. Com tom direto e crítico, o vereador também fez cobranças e exaltou a importância do diálogo político responsável.
Logo no início de sua fala, o parlamentar homenageou sua família, destacando a presença de suas três filhas no Plenário e enviando um abraço ao filho mais velho, que o acompanha pela internet. “É bom a gente poder ter filhos e deixar um legado nessa terra”, afirmou, antes de direcionar seu discurso à situação econômica do município.
Pastor Anderson alertou para o fechamento de empresas ligadas à cadeia produtiva da mineração, especialmente à Vale, e apontou o aumento de imóveis para alugar como sinal do êxodo empresarial. Segundo ele, o mercado imobiliário da cidade estaria “superfaturado” devido à chegada de mão de obra de fora e à escassez de empresas locais.
O vereador também cobrou a convocação urgente dos 108 guardas municipais aprovados em concurso público e alertou para a dependência econômica do município em relação ao minério. “E se amanhã o minério acabar, como o ouro acabou? Como vamos viver?”, questionou.
Durante a fala, Pastor Anderson também comentou sua participação na Conferência da Cidade, onde criticou o zoneamento urbano que restringe áreas com potencial industrial. Ele defendeu que regiões como o Laticínios Ira e adjacentes poderiam ser destinadas a polos industriais, especialmente pela proximidade com a BR-356.
Ao abordar o cenário político local, Pastor Anderson criticou o que chamou de “projeto de poder” de alguns parlamentares, defendendo que seu compromisso é com o futuro de Itabirito. “Eu posso não ser operador de direito, mas tenho projeto de cidade, não projeto de poder”, disse. Ele também ironizou as críticas que recebe nas redes sociais e fez menção aos “fakes que ficam até sentados aqui na Câmara”.
Ao final, criticou pontos da reforma tributária aprovada no governo federal, especialmente os que alteram a forma de arrecadação dos municípios com base na origem da venda. Segundo ele, essas mudanças podem afetar a arrecadação de Itabirito no futuro.
“Estamos aqui para discutir o futuro de Itabirito. Essa Câmara não pode virar um ringue político. A gente diverge, mas temos maturidade para dialogar”, concluiu.