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Idosa de 82 anos aguarda transferência urgente em Ouro Preto; família denuncia descaso e cobra cumprimento de decisão judicial

A família da idosa Maria Terezinha Evangelista, de 82 anos, moradora do distrito de Cachoeira do Campo, em Ouro Preto, vive dias de angústia e indignação diante da ausência de vaga hospitalar para a realização de um procedimento cardíaco urgente. Mesmo após decisão judicial determinando a transferência da paciente em caráter emergencial para uma unidade com serviço de hemodinâmica, a transferência ainda não foi efetuada.

Maria Terezinha está internada na Santa Casa de Misericórdia de Ouro Preto desde maio, após ser diagnosticada com insuficiência renal aguda, hipercalemia e evoluir com um grave bloqueio cardíaco. O quadro clínico, segundo relatório médico, requer o implante de um marcapasso e acompanhamento especializado, que não estão disponíveis na unidade onde se encontra.

A gravidade do caso levou familiares a procurarem o Ministério Público de Minas Gerais, que instaurou uma Notícia de Fato para apurar o possível descumprimento do direito à saúde. Em decisão proferida no último dia 24 de maio, a Justiça determinou que o Município de Ouro Preto e o Estado de Minas Gerais procedessem, em até cinco dias, com a transferência da idosa para uma unidade com suporte adequado. A sentença ainda prevê multa e penhora de valores públicos em caso de descumprimento.

Mesmo com a ordem judicial em vigor, até esta sexta-feira (06), a família denuncia que nada foi feito. “Eu procurei a secretária de saúde e não fui atendida”, afirmou Débora Souza, familiar da paciente. O sentimento é de impotência diante do silêncio das autoridades responsáveis.

Cadastrada no sistema SUSFácil desde o agravamento de seu quadro clínico, Maria Terezinha depende exclusivamente da rede pública de saúde. Segundo a família, o risco de óbito aumenta a cada dia de espera, como alertado pelos médicos que acompanham o caso.

O caso expõe mais uma vez a fragilidade do acesso à saúde pública em regiões do interior de Minas Gerais e levanta questionamentos sobre o cumprimento de decisões judiciais por parte do poder público.

A família de Maria Terezinha Evangelista segue aguardando, com esperança e apreensão, que a transferência ocorra antes que seja tarde demais.

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