91 dias após tragédia em Brumadinho 37 pessoas ainda se encontram desaparecidas
O rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, completa três meses nesta quinta-feira (25). Até o momento, 233 mortos foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Civil de Minas Gerais. Outras 37 famílias continuam esperando que seus entes sejam encontrados pelo Corpo de Bombeiros (veja abaixo a lista de desaparecidos).
No dia 25 de janeiro deste ano, a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, devastando a região e contaminando o Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco. Os rejeitos destruíram a área administrativa da mineradora, incluindo o refeitório, onde muitos trabalhadores almoçavam na hora do rompimento.
A usina ITM de beneficiamento também foi atingida, assim como vagões de trens e veículos que estavam na empresa. Após varrer a mineradora, a lama atingiu comunidades de Brumadinho destruindo casas e propriedades rurais.
A Vale se comprometeu a pagar integralmente as verbas rescisórias às famílias dos trabalhadores mortos. Para os parentes dos desaparecidos, foi prometida a quitação dos salários. No entanto, famílias dizem que a mineradora ainda não pagou todos os benefícios. Nesta quarta-feira (24), uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho rediscutiu o pagamento de pensões. A Vale disse que vai comprovar que depósitos já foram feitos.
Buscas
O Corpo de Bombeiros entrou, nesta quinta-feira (25), no 91° dia de buscas por desaparecidos. De acordo com a corporação, 136 militares, 4 cães e 101 máquinas pesadas estão em 24 frentes de trabalho.
Os bombeiros informaram ainda que é feita a retirada de rejeitos com caminhões e inicia a construção de uma estrada para dar acesso a outro local onde também há lama a ser removida.
Ainda nesta quinta-feira, os militares vão trabalhar até as 23h em três pontos.
Os militares disseram também que nesta quinta seis cães – dois de São Paulo, dois de Goiás e dois de Mato Grosso – retornam para os estados de origem.
Números da tragédia
- 233 mortos identificados
- 37 desaparecidos
- 395 localizados
Veja quem são os desaparecidos:
Angelita Cristiane Freitas de Assis
Angelita Cristiane Freitas de Assis — Foto: Reprodução/Redes sociais
Aos 37 anos, Angelita era funcionária do setor de medicina do trabalho da Vale. Casada há quase 20 anos, tinha dois filhos, de 15 e 13 anos.
Aroldo Ferreira de Oliveira — Foto: Arquivo pessoal
Aroldo trabalhava como técnico de mecânica havia 32 anos na Vale e tinha 54 anos. No momento do rompimento da barragem, estava na oficina da mineradora. Com dois filhos já adultos, era avô de uma menina de 9 anos.
Bruno Rocha Rodrigues
Bruno Rocha e a mãe Andresa; ele está entre os 37 desaparecidos de Brumadinho — Foto: Reprodução/Facebook
Bruno se formou em 2018 em engenharia de produção. Fez estágio na Vale por dois anos até ser contratado como técnico de processamento. Aos 26 anos, ele e a mãe viviam em Mário Campos, cidade vizinha a Brumadinho.
Carlos Roberto Pereira
Carlos Roberto Pereira, de 61 anos, está desaparecido após o rompimento da barragem em Barradinho — Foto: Reprodução/TV TEM
O encarregado de almoxarifado, de 61 anos, trabalhava como terceirizado na mina. Carlos Roberto entrou em contato com a esposaminutos antes de a barragem se romper. Ele vivia com ela e dois filhos em Brumadinho.
Cristiane Antunes Campos
Cristiane Campos — Foto: Reprodução/Redes sociais
Cristiano Jorge Dias
Cristiano Jorge Dias — Foto: Arquivo pessoal
Aos 42 anos, Cristiano Jorge trabalhava na mina como funcionário da Reframax, uma das empresas que prestavam serviço para a Vale no Córrego do Feijão.
Cristiano Serafim Ferreira
Cristiano era casado e trabalhava em uma terceirizada da Vale havia quase dois anos.
Elizabete de Oliveira Espindola Reis
Elizabete de Oliveira Espindola Reis — Foto: Arquivo pessoal
Elizabete, 49 anos, casada, trabalhava na cozinha da Vale como açougueira. Era contratada pela terceirizada Sodexo havia cerca de quatro anos.
Evandro Luiz dos Santos
Evandro Luiz dos Santos — Foto: Arquivo pessoal
Evandro, 50 anos, trabalhava como técnico em manutenção de máquinas pesadas na mineradora. Deixa esposa e duas filhas. Segundo a família, Evandro Luiz dos Santos sempre foi dedicado ao trabalho e temente a Deus.
Geraldo de Medeiro Filho
Geraldo de Medeiro Filho — Foto: Arquivo pessoal
Aos 49 anos, trabalhava com manutenção na terceirizada Manserv. Naquele dia, foi visto entrando no refeitório da Vale. É descrito pela família como um homem animado, que gosta de tocar violão e assistir aos jogos do Galo. Divorciado, tinha filho de 11 anos.
João Paulo Altino
João Paulo Altino — Foto: Arquivo pessoal
Aos 35 anos, funcionário da empresa Sotreq, que prestava serviços para a Vale na mina. A família acredita que ele estaria no refeitório no momento do rompimento.
João Paulo Ferreira de Amorim Valadão
João Paulo Ferreira Amorim Valadão — Foto: Reprodução/Redes sociais
Aos 30 anos, trabalhava havia sete meses na mina como empregado na empresa terceirizada Busato. Com oito anos de casado, tinha uma filha de 5 anos.
João Tomaz de Oliveira
João Tomaz de Oliveira — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Aos 46 anos, trabalhava na mina havia cinco como motorista da empresa JSL, que prestava serviço para a Vale. Casado há quase 20 anos, tinha dois filhos e morava em Sarzedo, na Grande BH.
Juliana Creizimar de Resende Silva
Juliana Creizimar de Resende Silva — Foto: Reprodução
Lecilda de Oliveira
Lecilda de Oliveira — Foto: Reprodução/Redes Sociais
É analista de operação da Vale.
Luciano de Almeida Rocha
Luciano Rocha está entre os desaparecidos de Brumadinho — Foto: Reprodução/Redes sociais
Técnico de operações da Vale.
Luis Felipe Alves
Luís Felipe Alves — Foto: Reprodução/Facebook
Engenheiro de produção, de 30 anos, natural de Jundiaí, no interior de SP. Trabalhava havia menos de três meses em Brumadinho, no setor administrativo da Vale.
Luiz Carlos Silva Reis
Luiz Carlos Silva Reis — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Aos 42 anos, trabalhava havia 14 na Sotreq, empresa que presta serviços para a Vale. Ele ia à mina quase toda semana e estava no local no momento da tragédia. Casado há 7 anos, tinha um filho de 5.
Manoel Messias Sousa Araujo
Manoel Messias Sousa Araujo — Foto: Reprodução/Redes sociais
Morador da região atingida pelo desastre, 57 anos.
Maria de Lurdes da Costa Bueno
Adriano Ribeiro e a esposa Maria de Lurdes desapareceram em Brumadinho na sexta — Foto: Reprodução/Facebook
Aos 59 anos, ela viajava com a família para Brumadinho e estava na pousada que desapareceu com o mar de lama.
Max Elias de Medeiros
Max Elias de Medeiros — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Funcionário da Vale, trabalhava na mina no momento em que a barragem se rompeu. Volante do Canto do Rio Futebol Clube, time de futebol amador de Brumadinho.
Miraceibel Rosa
Miraceibel Rosa — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Aos 38 anos, trabalhava como funcionário terceirizado da Vale havia cerca de uma semana na mina. Natural de Mariana e solteiro, tocava tarol em uma banda de um distrito da cidade.
Nathalia de Oliveira Porto Araujo
Nathalia de Oliveira Porto Araujo — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Segundo parentes, tinha 25 anos e trabalhava na Vale. Casada e com dois filhos.
Nilson Dilermando Pinto
Nilson Dilermando Pinto — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Trabalhava na mina do Córrego do Feijão.
Noel Borges de Oliveira
Noel Borges de Oliveira — Foto: Reprodução/TV Globo
Natural de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (PR), funcionário de uma empresa que prestava serviços para a mineradora Vale.
Renato Eustáquio de Sousa
Renato Eustaquio de Sousa — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O soldador e mecânico trabalhava na Vale havia nove anos e completaria 32 anos no dia 14 de março. Em uma união estável, com duas filhas. Segundo a família, raramente era visto triste. No dia do rompimento, passava por um treinamento na Mina Córrego do Feijão para ser promovido.
Rodrigo Miranda dos Santos
Rodrigo Miranda dos Santos — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Rodrigo Miranda tem 30 anos, era casado e deixou uma filha. Era montador terceirizado da Vale.
Rogério Antonio dos Santos
Rogerio Antonio dos Santos — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Tiago Tadeu Mendes da Silva
Tiago Tadeu Mendes da Silva — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Funcionário da Vale, estaria no refeitório da mina no momento em que barragem se rompeu, de acordo com parentes.
Vagner Nascimento da Silva
Vagner Nascimento da Silva — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Aos 39 anos, é funcionário da Vale há 13 e trabalhava como operador de máquinas. Morador de Brumadinho, casado e deixou uma filha de 16 anos.
ABSURDO QUE ESSAS MINERADORAS LIDERADAS PELA VALE S/A CONTINUEM A POLUIR E ACABAR COM OS MANANCIAIS DE ÁGUA. Cadê CODEMA, FEAM, COPAM e outros Órgãos de controle ambiental mantidos COM OS IMPOSTOS QUE PAGAMOS e que tem a obrigação legal de agir quando são demandados: IGAM, Comitê da Bacia do Rio das Velhas, Subcomitês das bacias dos Rios, IEF, IBAMA, ICMBio, MPMG, e outros? Será que nenhum destes Órgãos vai resolver as questões desta mineradora que matou centenas de pessoas e nascentes de água em Mariana, Itabirito, Moeda, Brumadinho e Barão de Cocais?
CONCENTRAÇÃO DO MINÉRIO DE FERRO – FLOTAÇÃO:
Separação por aeração chamada de FLOTAÇÃO: separação do concentrado dos minérios dos rejeitos pelo processo de “flutuação” da parcela mais leve por aeração da mistura do minério de ferro moído com os aditivos e água. São utilizados separadores onde se colocam uma polpa de finos do minério finamente moído. O nome do minério de ferro é o Itabirito, composto por camadas sucessivas de ferro e sílica contaminada com alumina e outros. O concentrado de ferro se deposita no fundo dos separadores e os aditivos utilizados fazem a parte menos densa “flutuar” por adesão às bolhas e são depositados nas barragens de rejeito junto com a sílica, a alumina, os contaminantes do minério moído e água que, continuam atuando por tempo indeterminado e mantendo os materiais depositados nas barragens numa condição de “polpa” indefinidamente, atrapalhando a sua sedimentação adequada no fundo das barragens. Esta sedimentação expurgaria a água e tornaria os maciços mais estáveis.
Uma parcela é aproveitada na pelotização que é o concentrado de ferro, mas a parcela mais fina e mais contaminada com material terroso, aluminoso junto com o Oleato de Sódio (ou outro material OLEAGINOSO) com amido e os outros contaminantes é gerada em grandes volumes e não tem destinação que gere lucro para as empresas. Custaria caro para secar a temperaturas que eliminassem estes materiais contaminantes desta polpa. Nos Licenciamentos Ambientais das plantas deveriam constar Condicionantes que obrigassem as empresas, citando apenas um exemplo, a desaguar e secar à temperaturas altas o material antes de descartar, ou seja, o material poderia então ser compactado e revegetado, coberto com material orgânico ou colocado fora dos vales como destinação final. Isto reduziria imensamente os riscos. País maldito! Empresários Corruptos! Órgãos de Controle comprados!!!